p.s: isso nunca significou nada.

Talvez eu sinta sua falta. Não de uma forma concreta. Tão pouco de uma forma admíssivel. Mas os sentimentos de nostalgia são involuntários. E isso me irrita. Por que o que menos deveria sentir, é sua falta. É patético.

Como se você fizesse diferença.

Você nunca vai ser importante. Acha que faz diferença só porque todas as vezes, antes de me deitar, lembro de como era quente o seu corpo, como se encaixava perfeitamente no meu, perna por perna, quadril por quadril? Só porque lembro exatamente do descompasso da sua respiração e das investidas do seu coração quando o seu corpo estava contra o meu? Só porque lembro dos seus olhos, e de como aquele pontinho brilhava, na mais densa escuridão, e de como me transmitiam paz enquanto eu tentava caçar minha imagem ao redor dos mesmos? Só porque me lembro da sua pele, e de como ela era macia, e me fazia arrepiar ao mais fragmentado toque? Só porque me lembro do seus cabelos, soltos, sedosos e macios, e de como eles ficavam bem quando estavam dentro dos meus dedos? Só porque eu lembro de como era o sabor de seus lábios pressionado nos meus, e do gosto irresístivel da sua boca?

Isso é só pretérito imperfeito. A distância e o passado que desmoronam sobre nós são bem maiores do que essas lembranças vazias.

Lembranças insuportáveis que rodeiam a minha mente. Os anos, os meses, as semanas, os dias, as horas, os minutos, os segundos, os milésimos. Tudo isso só serve para aumentar esse enorme espaço cheio de lembranças mortas entre nós.

Não dou muito mais do que algumas voltas do ponteiro do relógio, para que eu delete para sempre que você... Ah, você....

Você foi a única pessoa que amou de verdade nesse mundo.

p.s: isso nunca significou nada.

Lívia Rodrigues Black
Enviado por Lívia Rodrigues Black em 08/03/2011
Reeditado em 17/09/2011
Código do texto: T2836509
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