Como tantas cartas já escritas.
Te escrevo para dizer que não aguento mais esse ansiedade que mantem você afastado.
Na verdade a ansiedade é minha por não saber como fazer pra mostrar a você um outro lado meu, além de tudo o que já vio, tudo o que ainda escuta falar sobre mim queria te mostrar meu lado interno que nunca fica exposto pelas calçadas por onde passo, nem pelas pessoas que não conheço bem, talvez por medo ou por insegurança mesmo.
Essa insegurança de saber como é a sua casa, ou o que faz nesse momento enquanto escrevo essa carta que pelas suas mãos nunca passara.
A forma como sorri, como se encosta parecendo uma imagem do mar quando entra em ressaca, pura agitação.
Faço de um quebra cabeça cada imagem que eu ainda tenho perdida de você, não conseguindo chegar nem perto de achar a verdade, do que realmente é feito aquela peças, algumas quebradas, outras tão claras, obvias.
Escrevo porque não consegui me concentrar nessa aula, a minha música preferida tem apenas 30 segundos o tempo não é suficiente para expressar a agitação que sinto no momento.
Escrevo pra descobrir se essa minha ansiedade de te falar o que eu sinto de verdade é passageira, se é constante a tal agitação que incomoda, me trazendo o oposto, a paz.
O que constitui um pensamento tão fixo como esse?
Guardarei essa carta, assim como aquela outra, e a outra, na mesma caixa de recordações, sustentando apenas uma imagem sua que ficou na minha cabeça.