Um convite
Certo dia, num desses almoços de domingo, que na verdade nem foi um domingo e sim um sábado, um tio, que vejo vez ou outra lembrava coisas acontecidas na sua infância, e convidou a mim e minha tia - sua irmã - para lermos sobre a rua onde eles moraram.
Aquele texto não saia da minha cabeça e resolvi dar uma resposta para ele. Tantas lembranças se ascenderam, umas minhas, outras tão misturadas que nem sei de quem são.
E aí,lembrei dela, uma professora de portugês com cara de cachorro buldogue, já velhinha, mas que sabia como ninguém despertar o interesse de seus alunos pela leitura e escrita. Tinhamos um caderno de redação, corrigido semanalmente e uma aula reservada especialmente para isso.
Vendo minha filha hoje na escola, com suas professoras politicamente corretas, arrumadinhas e com o estatuto da criança e do adolescente em punho, dizendo isso pode, isso também, mães não sejam assim tão radicais, sinto uma imensa saudade dos meus professores.
A doce educadora deve estar ensinando os anjinhos do céu, pois lá se foram quase vinte anos de sua passagem pela minha vida.
Veja você como as lembranças não tem fronteiras, enquanto conto sobre ela, de tantos outros me lembro, acho que com igual respeito por terem me ensinado tanto.
A professora me convidou a ler, o que ouvi sobre o avô que nem mesmo cheguei a conhecer, de ser ele um homem humilde, mas culto, de quanto dava importância as letras, os contos de meu tio, que à propósito, lebrei ser meu padrinho também, os tantos livros que gosto, as meus dias em família, tudo isso é um convite da vida.
A vida reclama minha atenção para as coisas prazeirosas, faz convites a todo momento , transforma os seus fatos em palavras, frases, que monstram como crescemos à cada instante.
Enfim, quero crescer sempre, ser feliz sempre, aceitar todos os bons convites e compartilhar tudo com quem quiser ouvir ou ... ler.