Destinatário: Demônio
Tenho que te agradecer o caos, mesmo que direcione as minhas palavras para seus deltóides sacolejantes. Tenho que te agradecer por que eu não esperava que uma missionária da desordem pudesse me fazer sentir como um ser humano novamente. Sabe, já te falei daquele livro que é um demônio que narra na primeira pessoa a história da concepção daquele ditador nazista? E que esse demônio tinha o poder de exercer certas influências benignas no presente mas com a conspurcação já planejada pro futuro? Ninguém poderia imaginar que uma criança de 5 anos que gostava de gritar na floresta teria toda uma nação sob o domínio de sua palavra. Ninguém poderia imaginar que uma criança brincando de guerrinha com os amigos elevaria sua brincadeira a um holocausto. Vê aonde eu quero chegar? Não quero que se sinta um monstro, não. O monstro em questão foi esse cavalo de tróia que você sem querer enfiou no meu coração e foi bombeado para o resto do meu corpo; para as mãos que suavam perto de você; para a insegurança na voz ao falar com você, enfim, sucessivamente. Até que isso te assustou. Até que isso te afastou. Até que isso fez com que você nutrisse desdém por mim. Até que você me deu o receptáculo para essas palavras - suas costas - e desapareceu. Você nunca entendeu o porquê de eu te chamar de "demônio" e, se lendo essas palavras sofridas você não compreendeu, eu explico: por causa do livro. Simples analogia. Você brincou comigo. Você instilou pensamentos bonitos. E posteriormente e em silêncio, causou um holocausto com tais pensamentos. E assim como o Führer, você desapareceu após o estrago.