Filhos, meus amados!



          Eu sei o quanto vocês ficam vislumbrados com as coisas que eu lhes conto. Essas minhas ilusões, minhas observações e impressões sobre a vida.
          Nesse momento, meu agora,  queria  poder gravar sob minhas retinas o quão aveludadas são as nuvens aqui em meio a esse azul tão profundamente puro. A textura de veludo recebe um tom meio cinza e se parece meio amarrotado. Conforme se densificam e se acumulam.

          Se eu pudesse flutuar, flutuaria. Deitar-me-ia com vocês, meus filhos, meus anjos, sobre essa maciez e riríamos. Riríamos como poucas vezes na vida. 
          Como é bom rir de prazer, rir sem hora, tem tempo, sem motivos. Simplesmente rir porque se é feliz. Como é bom ser feliz, mesmo que rapidamente.

          Eu sorria de tanto prazer ao sentir em seus olhos a face do amor. E imbuídos de amor puro, riríamos e rolaríamos sobre as nuvens, até que a noite nos interrompesse, após o sol tornar dourados nossos leitos sonhos.

          Mesmo que a noite nos interrompesse, dela se irromperia tantos sonhos, quantos coubessem em nossas almas livres em busca de flores. Flores sob as nuvens, flores sobre as nuvens, flores, flores simplesmente.

          Pintaríamos com nossas mãos repletas de nuvens macias e maciças de branco, as flores que nos dão vida aos olhos, que nos colorem os olhares e que nos põem perfumes, por tantos lugares por onde ousamos flutuar nossos passos, sonhos ou não.

          E comtemplaríamos a felicidade bem de perto, até que todos os nossos risos se materializassem em múltiplas e coloridas flores. Para que todo olho compreendesse em seu íntimo com quais e quantas cores é que se compõe essa utopia a que chamam amor.











AndreaCristina Lopes
Enviado por AndreaCristina Lopes em 20/02/2011
Reeditado em 05/02/2012
Código do texto: T2804237
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