Despedida

Perante toda a vossa incredulidade, venho me despedir e me desculpar por meus erros.

Se agi de maneira errônea, foi porque fui forçado a isso.

Se magoei, feri vossos sentimentos ou tratei-vos mal, deve ter sido por causa das noites mal dormidas, das madrugadas de solidão que tive que enfrentar ao longo dos anos.

Jamais quis ser rude convosco.

E por motivo algum faria de mim alguém pior do que já sou.

Nunca quis dar razões pelas quais viessem a me odiar. Basta as razões que jamais dei, mas que são reais.

Nunca quis parecer ser o que não sou. Mas, mesmo sendo apenas um, sou vários, pois sou um a cada diferente olhar. Posso ser tudo, posso ser nada.

Mas algo sou, não sei o que, nem pra quem, já que nem mesmo pra mim significo tanto assim.

Esta não é uma carta de adeus, mas sim de 'até logo'. Pois vê-los-ei em breve. Não a todos, eu sei, pois o lugar para onde vou está longe de ser o lugar onde querem ir.

Para aqueles que jamais voltarei a ver, despeço-me definitivamente. Não mereci esta vida e, apesar de tentar, falhei em tudo que fiz e nada mais me sobrou hoje.

Minto. Sobrou-me algo, mas, muito pouco e indigno de redenção.

Talvez essa tenha sido minha primeira mentira na vida toda.

E, quiçá, toda essa sinceridade tenha feito de mim alguém ainda mais detestável.

Afinal, todos clamam por sinceridade.

Mas nem todos estão prontos para ela.

Dar-vos-ei a alegria de não ter mais minha inútil e indesejada companhia.

E, se alguém perguntar a razão de tal ato, apenas digam uma simples frase:

"Ele sabia que não deveria mais existir, pois nascer foi o primeiro e maior erro que cometeu."

Obrigado por tudo, que não valeu de quase nada.

Até breve.

Edimar Silva
Enviado por Edimar Silva em 20/02/2011
Código do texto: T2802973
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