Carta
Fiquei pensando em mil palavras bonitas para lhe escrever esta carta, mas, desde que peguei está folha e o minúsculo lápis que agora tenho na mão, parece que as palavras simplesmente desapareceram. Talvez eu esteja tentando achar palavras que só podem ser ditas no silêncio de um olhar, em um abraço demorado, ou em um sorriso de esperança. Aí me perguntei, quantas vezes parei pra te olhar? Quantas vezes guardei meu orgulho pra te dar um forte abraço? Quantas vezes arrumei tempo pra sorrir pra você? Quantas vezes? Quantas perguntas!!
Será que há o tarde de mais, pois se houver, vou passar o resto de minhas vida a me lamentar por ter lhe negado meu olhar, meu abraço, meu sorriso.
Nós temos a triste mania de guardar o que deve ser constantemente doado, amor, carinho, elogios, perdão. Temos a triste mania de querer o outro por perto, mas sem pedir pra que fique. De sentir sozinhos, dores e desamores que a pessoa aqui do lado, se propõe a ouvir, consolar e chorar junto.
Espero que se houver o tarde de mais, que ele tarde a chegar, e que todas as palavras que procurei pra te escrever esta carta, eu possa dizer todo dia, a cada instante, enquanto ainda há tempo, enquanto você ainda está aqui pra ouvir.
13/04/2008