Um espinho sem rosa

Sempre fui meio confuso com algumas coisas e isso me prejudicou um pouco, mas, acho que muitas das perdas já foram recuperadas e muitas feridas já se curaram. Vivo uma época muito dura, porém muito gratificante e nunca me senti tão certo das coisas que quero, que desejo e que almejo. Almejo uma profissão, quero a radiologia e te desejo, sim abertamente, como minha amiga que é e o que mais puder ser. Não é exagerado, apesar de parecer.

As coisas que têm me dado esta certeza não estão relacionadas a sentimentos irracionais, mas sim a estabilidade de decisão. Você tem me feito sentir vivo, bem como várias outras maravilhas que tenho ao meu redor. Não vou ser hipócrita, sem nem mesmo te conhecer e dizer que é tudo pra mim ou que meu mundo sem você não será o mesmo; sem você não existo ou coisas assim, mas, digo com propriedade que, se te perguntei o que pensa de relacionamentos a distância, não foi para decidir se iria te pedir pra namorar ou não, mas, apenas para pesar uma abordagem, pois, quer você sinta o mesmo que não, você me faz sentir mais vivo e isso pra mim, já basta, pelo menos por enquanto.

Certamente, por sua complacência, poderá pensar que me dar esperanças seria uma crueldade injusta, pois, pensaria, que a reciprocidade pudesse ser algo primordial. Pode ser que tenha medo de não dar certo ou medo de me ferir. Mas, quem te disse que espero estarmos juntos para pensar que deu certo? Pra mim, já deu certo. E, se não passarmos disso, seremos sempre os ótimos amigos que já somos hoje.

Meus pais ao os maiores amigos um do outro e cultivam essa amizade há mais de 30 anos.

Não quero que assuma nenhum compromisso, de forma alguma, isso seria espúrio e egoísta, certo? Se não, não faria sentido querer saber sua opinião. Já sei e como disse respeito só quero dar o próximo passo. Sinto que você talvez quisesse ser livre e tenho motivos para crer que tenho essa liberdade para te oferecer.

Mas, para dar o próximo passo, preciso saber se tens alguém especial. Se sim, concorrerei a esta gloriosa posição com todas as minhas forças e com todas as outras possíveis e impossíveis forças do universo que possam ou não ser comprovadas pela ciência. Se não, felicitar-me-ei apenas.

Se simplesmente nunca me viu como mais que um mero amigo talvez não tenha olhado direito. Ou talvez ainda não tivesse a chance de te mostrar meu lado donairoso.

Não sou dado a crer, entretanto, nas atuais circunstâncias, me permito idealizar que só ficou até esta hora acordada para ‘ouvir’ o que eu teria para te falar e já sabia do que se tratava. Que seja para me bordoar com seu eloqüente: ‘não’! Que seja por curiosidade. Não me recordo de algo que tenha me despertado a curiosidade que não tenha sido ao menos interessante. Que seja por vaidade! Essa sua vaidade de hoje poderá ser a lagarta que pretendo, com o que tenho, transformar em uma bela borboleta.

Se achares que o que precisamos é tempo, tempo é o que tenho. É o que mais preciso também. Nunca me senti tão determinado.

Também penso que mudar de opinião é o ápice da liberdade humana. E o tempo, este ainda não diz nada a nosso respeito, pois, verbalizar idéias ainda é uma propriedade estritamente humana.

Claro que penso no que será ou não suficiente para você, mas obviamente, é você que decide e, para encerrar minha missiva torta de embriaguez platônica e sono contumaz digo e reafirmo categoricamente: Enquanto você não estiver em meus braços, será sempre meu espinho que ganhei sem uma rosa.

Prima
Enviado por Prima em 01/02/2011
Reeditado em 04/02/2011
Código do texto: T2764563
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