Ter te conhecido,

...

salvou minha existência por poucos dias...

Foi tão rápido como as coisas aconteceram.

Quis acreditar que seria algo bom, durável. Mas, mais uma vez tudo se desmoronou, e meus sonhos foram ao chão.

É. Como dizia o poeta, de repente, não mais que de repente... Foi assim que aconteceu, você chegou de repente, aparentemente para dar brilho a minha vida... E não mais que de repente, desapareceu como assopro... Como uma luz que chega, marca e desaparece. Complicado acreditar que o que eu pensei que pudesse acontecer, não passou de uma boba idealização!

Várias reticências ficaram perdidas. Soltas... E para sempre inacabadas.

As vezes me pergunto, como pude ter me apaixonado por alguém que nunca vi, nunca senti, nunca vi o brilho dos olhos! Mas eu sei, ainda há amores que são essências, mesmo que não seja correspondido. Amores que carregamos a vida toda, mesmo que jamais se realize. Platônico? Não. Simplesmente um sentimento real, que não pode ser concretizado. Ironia, destino, escolha, infelicidade? Pode ser que tudo tenha se unido, ou não. Jamais teremos respostas a todas as nossas dúvidas. Mas teremos algumas certezas que carregaremos sempre conosco. Sei que parece idiotice, já não estamos em séculos passados, em que era normal escrever cartas falando de desprezo, falta de sorte, ou coisas semelhantes. Sentimentos não se escolhem. Apenas os caminhos que deixamos eles seguirem... Você deixou assim: em mim, e distante... Sempre? Talvez sim. Talvez nunca nem nos vejamos. Os contatos se percam, os dias passem e as lembranças tornem-se ainda mais vagas. Mas mesmo assim, irei te amar. Em cada gesto não visto, a cada sorriso não compartilhado... A cada sonho... A cada instante, e em todas as palavras silenciadas!

Pode passar mil anos que isto não mudará. Posso gostar de outras pessoas, mas amar? Somente você.

Ter te conhecido salvou minha existência, mesmo que as vezes eu pense que poderia ser melhor viver sempre perdida... Encontrar e perder... Como posso ter perdido quem nunca foi meu?

Dedico ao Wanderson