Ah, saudade...
Meninos que fumam cachimbo, como só
faziam os respeitáveis senhores de outros
tempos.
Jovens com uma eterna coriza, ‘fungando’
o nariz como se estivessem acometidos de
uma dessas doenças crônicas, coisas de só
quem já tinha vivido muitos anos.
Meninas embalam outras meninas e/ou
meninos, como só se fazia com bonecas em
outros tempos.
O cigarro já não é feito só com o tabaco, há
outras folhas sendo usadas em larga escala.
Moças de família procuram por moços com
futuro promissor, como faziam senhoras de
tempos bem remotos, as que se
consideravam ‘perdidas’.
Ah, que saudade eu tenho de outros
tempos.
Tempos em que a palavra empenhada valia
mais que qualquer moeda.
Tempos em que se defendia o amigo, mas
se respeitava o inimigo.
Tempos em que, na maioria dos casos, o
amor sempre dava a palavra final.
Tínhamos dificuldades, mas assimilar os
bons exemplos era mais fácil que correr
atrás de idéias ‘atravessadas’.
Puxa vida!
Jamais me senti tão saudoso...!
Saudoso e vazio.
Se eu pudesse assimilar todos estes novos
hábitos e costumes, com certeza sofreria
menos.
Mas não há tempo, disposição ou querer!
01/11.