Ah, saudade...

Meninos que fumam cachimbo, como só

faziam os respeitáveis senhores de outros

tempos.

Jovens com uma eterna coriza, ‘fungando’

o nariz como se estivessem acometidos de

uma dessas doenças crônicas, coisas de só

quem já tinha vivido muitos anos.

Meninas embalam outras meninas e/ou

meninos, como só se fazia com bonecas em

outros tempos.

O cigarro já não é feito só com o tabaco, há

outras folhas sendo usadas em larga escala.

Moças de família procuram por moços com

futuro promissor, como faziam senhoras de

tempos bem remotos, as que se

consideravam ‘perdidas’.

Ah, que saudade eu tenho de outros

tempos.

Tempos em que a palavra empenhada valia

mais que qualquer moeda.

Tempos em que se defendia o amigo, mas

se respeitava o inimigo.

Tempos em que, na maioria dos casos, o

amor sempre dava a palavra final.

Tínhamos dificuldades, mas assimilar os

bons exemplos era mais fácil que correr

atrás de idéias ‘atravessadas’.

Puxa vida!

Jamais me senti tão saudoso...!

Saudoso e vazio.

Se eu pudesse assimilar todos estes novos

hábitos e costumes, com certeza sofreria

menos.

Mas não há tempo, disposição ou querer!

01/11.

Paulinho de Cristo
Enviado por Paulinho de Cristo em 10/01/2011
Reeditado em 12/02/2020
Código do texto: T2721326
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