ARCO-ÍRIS, 10.01.2011
 
° 'Ao meu amor tangente' °

Meus olhos passeiam procurando entender o que não mais encontro em mim. Talvez não seja esta a hora de encontrar a exatidão, mas gostaria de criar este instante, que sempre segue pela tangente.

Algumas vezes pronunciamos palavras que depois de ditas não nos dão o direito do regresso. Falamos; o instante passa e segue. A escrita, ao contrário, pode ser apagada, por isto brinco com ela, retiro-as, rearranjo-as e tudo continua, como o barco - mesmo à deriva, como sempre foi.

Compreendo-te, mas entender de verdade é fato que não me interessa, posto que coisa densa, intensa é também pesada. Gosto dessas coordenadas retilíneas deste nosso movimento circular. Tu sendo a TERRA, eu a LUA.

Assim sendo, permito-me ser, mesmo sabendo que não sou, AINDA... Sigamos cada qual a sua velocidade e vetor.

Mas saibas...

A paixão agarra-se a mim, com uma força centripeta incrivel, me mantendo presa aqui. Porém tenho um desejo louco de seguir, manifestar, expandir, sair desta orientação circular.

Atormentada pela dúvida, assustada pela sensatez, em loucura constante, sei que a vida não é como a escrita. Não posso apagar nada para concertar tudo.

E então, sigo amor, talvez escrevendo por hábito e certos hábitos são tão difíceis de serem quebrados.

°°PRA TI_UM POEMA DA MEIRELES_A CECILIA°°

la u ra
Enviado por la u ra em 10/01/2011
Reeditado em 18/02/2011
Código do texto: T2720874
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