VÓRTICE.
VÓRTICE.
“As paralelas se encontram...”
O tempo e o espaço escorrem pelo mesmo buraco.
Descem goela abaixo no funil do porvir indefensável
Pousam sobre a pele em uma gota só, condensados
Em orvalho definitivo entre aquilo que é e o provável.
Dois titãs em cada lado do ser, atado a eles o seu destino.
Vórtice entre os dois reluta em pender para qualquer lado
Pés cravados ao solo, finca-os como raízes ante o desatino
E chama pra si com toda força que possui o fragor esperado.
Momento contundente que se avizinha para a alma aflita
Cabo de guerra entre os seus augúrios e as certezas plenas
O amanhã despencando todo o seu peso sobre a mente.
Rebentar-se esquartejado numa dor só, fatal, maldita
A morrer pequenas mortes diárias dor a dor, cantilenas
Ou fazer-se ponta de lança, paralelas unidas, potente.