A carta que recebi do meu amigo

Pendura Saia-GO, 18 de outubro de 2006.

ÃH Hã... É meu jovem, a coisa aqui está ficando braba. Vou lhe contar uma novidade que você vai ficar com o cabelo arrepiado que nem o de boneca. Sabe como é, né? Sua musa não deve ficar sabendo dessa nossa conversa, você vai ter que jurar segredo, mesmo sabendo que mistério entre duas pessoas não é segredo. Afora isto, como vai você? Desculpe não ter escrito antes, tenho recebido suas cartas, mas o tempo está curto por aqui.

Eu e minha namorada havíamos combinado de ir a um Motel, estávamos comemorando o primeiro mês de namoro. Elegemos o mais badalado da cidade, novinho em folha, com vista para a cidade e com direito a ver a lua quando ela saísse de sua toca. Acertamos que ela pagaria a conta, sem choro nem velas. Devo lhe confessar que estou feliz da vida, ela tem trabalhado pra caramba, nosso futuro está mais que garantido.

Chegamos cedo, tivemos tempo suficiente para escolhermos a melhor suíte, a mais sofisticada, a que nos oferecia a melhor e mais bela visão do mundo. O horizonte ficou pequeno ao nosso ligeiro olhar.

Ela sempre reclamou das camisinhas, ficava danada da vida quando eu usava a que era oferecida pelo Motel, mas para esse encontro requintado e com total pureza, sugeri que ela comprasse os devidos preservativos. Ela respondeu que não haveria problema algum. Fiquei tranqüilo, tirei de minha cabeça essa responsabilidade.

Na hora do vamos ver, ela disse:

__ Querido, comprei uma camisinha japonesa.

Fiquei sem entender coisa alguma, fiquei na minha. Mas alguma coisa batucava na minha mente: camisinha japonesa, camisinha japonesa... Hummm sei não. Alguma coisa me dizia que não daria certo.

__ O que foi? Não gostou?

__ Não, não, ainda nem vi a danada.

__ Não se preocupe, relaxe, ela é perfumada, comprei especialmente para essa ocasião, tem as melhores indicações.

__ O problema não é esse.

__ Qual é então?

__ Sempre ouvi dizer que a camisinha japonesa é muito econômica.

__ Não entendi.

__ É muito... Pequena.

__ Você está pensando que é o Sansão?

__ Não minha flor, não estou.

__ Então qual é o problema?

__ Não, não tem problema.

O clima ficou meio tenso, mas logo voltou ao normal. Abrimos uma cerveja e...

__ Deixa que ponha a camisinha.

__Sem problema, resmunguei.

Quando ela acabou de colocar, vi que ficou meio desajeitada, uma marmota, ficou pelas metades, realmente a danada era muito pequena, uma japonesa legítima. Fiquei calado. Lá pelas tantas, vazou esperma pra todo lado. Tentamos acudir, e...

Vamos esperar o nascimento do gruguelo. Se nascer de olhos fechados, vou ter que arregalar os meus.

É meu caro, por essa eu não esperava. Sempre achei que camisinha fosse algo mais seguro, da próxima vez vou levar uma dessas do INSS para o combate, essas eu garanto: não furam, não rasgam, não deixam cheiro e ainda de quebra, enforcam o berimbau.

Um abraço do seu amigo sumido.

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 19/10/2006
Reeditado em 05/12/2022
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