A despedida de um jovem ao mundo.

Se quando eu acordar eu já estiver morto, quero dizer que apesar de ser só mais uma vida sem valor nesse mundo, tive momentos que marcaram minha vida e foram muito especiais para mim, e tais momentos embora seja tão ruins quanto a de outra pessoa, me fizeram a alcançar meu destino no mundo, ou, a afundar cada vez mais. Quem escreve é apenas um jovem solitário que deseja deixar este mundo por não aguentar tal peso em minha triste vida.

Convivi com minha mãe até os 11 anos sem ao menos conhecer meu próprio pai, o que me deixou em transe emocional por uma parte de minha vida, pois depois que o conheci fui embora com ele e deixei minha mãe sozinha com meu irmão, mas me arrependi, pois ele não soube a dar valor no filho de ouro que ele tinha, fui campeão de matemática, um dos melhores técnicos em computação com apenas 14 anos, e tinha um futuro de invejar a muitos, mas percebi que ele não ligava para mim, e sim só nele. Mas a situação piorou quando no dia 13 de junho de 2008 eu ligo para minha mãe e peço para morar com ela de volta, e logicamente ela aceitou, eu estava empolgado com a volta para meu verdadeiro lar, mas estava muito bom para ser verdade, eu iria morar com ela no dia 28 de junho de 2008, e dois dias antes eu já estava preparado, chegando na noite de 27 de junho de 2008 eu recebo uma ligação de meu irmão, eu esperava ser uma conversa de como nós iríamos viajar ou que hora chegaríamos, mas não, ele liga e me diz que minha mãe tinha acabado de suicidar-se, entrei em choque e sai por um tempo desse mundo, como isso poderia ter acontecido, minha mãe que sempre disse que me amava ter deixado seus filhos sozinhos nesse mundo cheio de ilusão? Achei que era mentira, na viajem de mudança que eu teria seria só uma viajem para o enterro de minha pobre mãe.

O tempo foi passando, e eu não me curei do choque e entrei em uma depressão em que eu não conseguiria mais sair, morando com meu pai tentei fazer de tudo para que arrumasse nossa situação entre pai e filho, mas não adiantou, tive que sair de casa e ir morar sozinho.

Morando sozinho passei fome e muito sufoco por bastante tempo até conseguir um emprego com computadores. E passou 8 meses que minha mãe tinha morrido e cada vez era pior saber da inexistência dela, tentei várias vezes me suicidar, mas nunca consegui, e entrei para as drogas, e morando sozinho fazia festas em minha casa, e desse jeito conheci várias garotas interessantes, mas uma me chamou a atenção, era uma usuária de crack, mas eu sabia que precisava ficar com ela, ela não me fazia lembrar da depressão, então dito e feito, comecei a namorar ela, mas não consegui tirar ela dessa droga, mas eu tentava frequentemente retirar ela desta vida, mas acabou sendo pior, acabei indo junto para essa vida, e o crack acabou comigo, tive overdoses, alta perda de peso, e perdas de memórias. Decidimos ir morar em Divinópolis-MG para largar a droga e seguir nossa vida tranquilamente, mas não foi como pensávamos, nós fomos morar em uma rua em que era repleto de usuários de crack, e nisso voltamos a usar, e percebi que era minha namorada que me deixava ligado à droga, pensei bem e decidi larga-la, mas não foi fácil, e ela correu atrás e me conseguiu de novo, eu estava emocionalmente frágil pela perda de minha mãe, então era fácil minha reconquista. Mas quando brigo com ela eu não consigo evitar, entro na depressão de novo, só que dessa vez muito forte, pois tem dois motivos: a perda de minha mãe e as brigas com ela.

Decidi então que não era mais dever meu estar nesse mundo, adeus a todos que me amaram.

Está carta foi escrita no dia 11 de setembro de 2009.

A tentativa de suicídio dessa vez era ingerir 11 comprimidos de Amitroptilin, uma substância forte contida em um remédio para dormir, este causou alucinações e 74 horas de sono, todos pensavam que estaria morto, mas era apenas o começo de uma longa vida.

Jeanks
Enviado por Jeanks em 14/12/2010
Código do texto: T2671956
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.