Presença Ausente

Toca ao fundo uma triste melodia,

Que ecoa por toda solidão daquela sala...

E torna mais intensa essa ansiedade,

Esse desconforto de te ter como memória

De lembrar da tua presença ausente,

Que de alguma forma me confortava

E me tirava dessa realidade cruel.

Me sento agora no chão

E respiro a poeira dos móveis

Que continuam intactos desde a sua partida.

E as margaridas que eu te dei

Ainda estão no mesmo vaso;

Mas agora, mortas...

Acendo um cigarro

E preparo uma xícara de café

A campainha toca, me arrasto até a porta...

Uma carta sem endereço, sem nome no envelope

Sento na escada e a leio...

Você traduziu o seu adeus eterno em palavras

E eu só pude demonstrar minha saudade em lágrimas solitárias...

E por dentro eu ainda imploro a tua volta

E só ouço minha respiração ofegante como resposta.

Então volto pra sala e tomo meu café gelado...

Prometo a mim mesma não mais sair desse recinto.

Me congelarei pra você nesse cenário fúnebre

Esperando imóvel pelo seu regresso inexistente.

rd
Enviado por rd em 14/12/2010
Reeditado em 16/11/2012
Código do texto: T2671834
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