O VICIO DE ESCREVER PRA VOCÊ

Se me perguntar o porquê escrevo com tanta insistência para você, eu não saberei responder.

Será como você afirmou o desejo de usá-la para passar noticias para outras pessoas? Se for é obra do meu inconsciente, conscientemente eu afirmo que não. Nunca escrevi com essa intenção.

Será a solidão que me encontro? Acho que não, eu tenho outras pessoas com quem me relaciono eletronicamente. Ultimamente tenho me correspondido muito com a Maria, não mais com a intimidade de antes, as circunstancias me obrigam a não tocar em certos assuntos.

Uma coisa eu sei, você é hoje única pessoa para quem escrevo expondo com franqueza e transparência todos os segredos da minha alma. Com naturalidade revelo a você meus sentimentos mais íntimos sem nenhum pudor ou constrangimento.

Será que escrevo porque eu sei que você não respondera meus e-mails? Talvez no fundo eu goste mesmo só de falar e não de ouvir.

Será que o meu único desejo tenha sido simplesmente ter uma amiga de verdade, sem nenhum jogo de interesses de qualquer espécie?

Pode ser. O sentimento que sempre nutri por você é de uma pessoa séria, honesta, de caráter, que sempre me transmitiu muita confiança. Depois da consideração que teve por mim então, esse sentimento aumentou, passei a confiar muito mais.

Eu decidi tantas vezes não escrever mais. Por vários motivos. Mas nunca consegui parar de escrever nesses dois anos. Bastava me distrair um só minuto, e a minha decisão era esquecida completamente, estava eu lá de novo pensando em outro texto para você.

Confesso que vai ser muito difícil eu deixar de manter esse contato, a necessidade que eu sinto de escrever para você é como um vício do qual eu não consigo me livrar.

Mas dessa vez eu vou.

O mais curioso nisso tudo, é que durante todo esse tempo que escrevo com tanto afinco e prazer, em nenhum momento eu soube com certeza se você estava lendo ou não meus e-mails.

Vou sentir muita falta por não ter mais com quem me desabafar com liberdade. Mesmo não lendo meus e-mails, me fazia um bem danado escreve-los, imaginando que seriam lidos.

Duda Menfer
Enviado por Duda Menfer em 12/12/2010
Código do texto: T2667849