O Pacto

Dou-te o sofisma de iludir, por meio deste punhado de carne fétida que exala a imperfeição; teus lábios e tuas palavras iram ter, gozar, abusar, troçar as entranhas e as almas alheias a tua. O dom medíocre e pérfido será ainda atroz, feroz, bestial, jacente perante o impossível, tudo e todos inclinarão o ouvido ao teu clamor e a tua veleidade.

Entrego-te de sonho uma realidade, terás o que almeja ter. Dias e noites, tardes e manhas, mulheres e homens, serás como um deus andando em presença de mortais, tu será, e ninguém mais... Mas por meio de três condições eu vos darei o que vos prometo. O fruto perfeito de sementes podres e solo impuro....

Primeira – Dividirá tua alma com um demônio chamado Dor.

Segunda – Renuncie o deus Amor.

Terceira – Não poderás ser descumpridor de teu acordo.

Olha para ti agora, e veja a face da tua luxúria. Remeto a ti o que é somente tua escolha...

“O poema do pacto...”

Folhas Mortas,

Perene perfume melancólico,

Ao ar de raízes infindas,

Paisagens sem vidas,

Vida de morte...

Amor fictício

Dor fidedigna

Sonho aleivoso

Realidade irrefutável...

Vetusto, obsoleto e não obstante Axioma...

Jurai... Por ti... e por teu sangue...

Para todo o sempre...

Ave Dor...

Escrita em: 1873...

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 08/12/2010
Reeditado em 08/12/2010
Código do texto: T2659480
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