Eu, pai
O pai ama.
Movido pelo caráter cultural e a construção do gênero, pelo comportamento padrão o qual a sociedade o submete, o pai proteje, ampara, cuida, mantém unido, se doa, abdica-se, se resigna, altruísta é pai.
Vive temores. Anseia o melhor.
Deve ser forte, mesmo temendo perdas - seu fracasso.
"É difícil ser homem."
Pensar em tais realidades sociais, tradicionalistas, preconceituosas relutam em permitir a manifestação nobre de ser humano. De ser carente, sensível, emotivo, desejoso, ambicioso em sentido de realização e satisfação própria - o que ainda está no humano, ser egoísta ou um pouco "narcisista".
Avançamos. Estamos nós nos permitindo ser plenos. Assumimos responsabilidades, visamos igualdade de gênero. O homem agora quer o mesmo do gênero feminino.
Então, por quê não posso assumir o fato de não poder dar conta de algumas situações? Por quê não posso dizer que não consegui administrar ou manter a família? Sou humano e sou homem!
O melhor pai é o que decide ser pai. Negar a paternidade não deve significar incapacidade, impotência ou coisa parecida.
Ser pai, é ser, incondicionalmente.
Deixa-me ser Eu, pai.