CARTA ÀS IRMÃS EM CONFLITO

CARTA ÀS IRMÃS EM CONFLITO.

Mais um desencontro. Mais um ano somado aos seus repositórios de tempo vivido. Mais experientes e calejadas agradeçam ao criador, pois a cada minuto, a cada hora, muitos são aqueles que partem deste mundo rumo á dimensão desconhecida; só mesmo a convicção religiosa dos que ficam explica, ou tentam explicar, o profundo mistério. Neste ano aconteceram alguns desencontros causados por fatos do dia-a-dia, inerentes à condição humana.

Mesmo assim em nenhum momento abdiquem ou deixem de acreditar no tríplice legado passado por nossa mãe: solidariedade, amor e gratidão. Estas três povoam e persistem em vocês, sendo o apanágio de suas formas de viverem.

Por acreditar no sentido maior da palavra gratidão, faço minha a afirmação feita por autor cujo nome não retive:

“Entre os sentimentos humanos a gratidão é uma dívida que

homens e mulheres vêm contraindo ao longo de toda uma

existência. Se a pessoa agradecida deve sentir prazer em

proclamar o benefício recebido, esse para recordar unicamente

o benfeitor."

Esses desencontros, apesar de gerarem desgostos e aborrecimentos, se enquadram na máxima “há males que vêm para o bem”, pois serviram para mensurar o grau de consideração de suas pessoas em relação a muita gente, por mim percebido havia muito tempo.

É importante que a passagem do tempo e a prevalência desses fatos façam com que cresçamos não só cronologicamente, mas, também, mentalmente, espiritualmente. Firmemos como dogma inalienável e imprescritível a paz e a harmonia familiar resultado do exaustivo implemento do amor a nós imposto, diuturnamente, por nossa mãe; é a esse amor que vocês devem gratidão, pois como alguém afirmou “é dívida que não prescreve.”

Lembremos de nossa infância na qual, apesar das vicissitudes, soubemos contornar e superar com resignação e dignidade as turbulências familiares; por que revivê-las agora no crepúsculo de nossas vidas, com tantas experiências e decepções vividas? A vida é mesmo assim; porém, esses fatos não quebrantaram a nossa convicção, pelo contrário: continuamos firmes a praticar, com ênfase, a solidariedade, a ausência de egoísmo, a gratidão e a amizade fraterna.

Assim, livres de rancores que adoece o coração, de pirraças, picuinhas; e ressentimentos que tornam insossa as relações familiares, encerro esta carta desejando-lhe felicidades e esperando a reconsideração do momento conflituoso ora vivido por vocês.

Rogo ao grande Deus que ilumine seus caminhos com luzes que sejam o reflexo do amor, exaustivamente exercitado por nossa mãe e que “um dia irá reger este mundo e o dotará de harmonia e o fará fraternizar com todos os povos do planeta”.

ANTONIO LUIZ DE FRANÇA FILHO

ANTONIO FRANÇA
Enviado por ANTONIO FRANÇA em 29/11/2010
Reeditado em 20/01/2019
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