“Palavras ditas... e não ditas...”.
Tenho me agarrado às palavras, como as plantas à chuva.
Tenho me agarrado as suas palavras...
Aquelas que você proferiu diante das suas circunstâncias.
Circunstâncias essas que desconheço e você insiste que eu deva compreender.
- Como compreender o desconhecido?
Passei tanto tempo tropeçando e caindo na sua hipocrisia, que fica imensamente difícil tentar te compreender...
Você diz que se eu estivesse dentro de você eu choraria e te socorreria...
Mas é incapaz de imaginar o buraco que deixou dentro de mim...
Eu não menti, eu não trai, eu não magoei, eu não fugi, eu não enganei, eu não me exilei...
Permaneci aqui onde você deixou... Com a dor, com a tristeza, com o sofrimento, com o amor, com as lembranças...
- Quem enxugou minhas lágrimas?
- Quem vai enxugar as lágrimas dessa noite e de todas outras?
- Quem me socorreu?
- Quem vai me socorrer?
Ainda estou à deriva amor...
Você me lançou em alto mar e não deixou os remos...
Vou seguindo para onde o vento e a maré está disposta a me levar...
Mas infelizmente ambos não estão a meu favor, não me levando a lugar algum...
Só me trazem a mais ampla liberdade das lembranças...
A lembrança dos momentos que vivemos...
Fico a me faz questionar:
- Será que foi amor o que teve, ou amor que fingiu ter?
- O que você sentiu (não o que faz sentido) foi real?
A lembrança daquelas palavras que me atiraram ao mar...
Fico a me faz questionar:
- Seria eu jovem por erro?
- Ou minha juventude te assusta?
A lembrança da desilusão e da mágoa...
Fico a me faz questionar:
- Porque a minha, a tua felicidade torna-se tão pensativa?
- Porque seu modo de olhar, a quem nos olha é tão importante?
Todas essas lembranças pesam-me porque você não se reconhece e quer que eu te reconheça... Você prefere imaginar a fuga a realizá-la de verdade, você não faz ideia do que quer, do que precisa... Tudo o que você realizou e conquistou te deixa orgulhoso, mas te deixa infeliz... Amor sua vida não é complicada, você é quem deixa seus pés longe do chão...
Amor incondicional é presente que não tem preço... Eu te dei e você devolveu, ignorando o fato simples e incontestável de que ele sempre vai existir...