Impressões cósmicas...
Hoje sem poesia, irei apenas derramar letras sobre o cristal líquido dos sentimentos. Gostaria de poder sentir a mão amiga a afagar os meus cabelos e que de sua vontade brotassem lírios. Por muitas vezes percebo a distância e descobri que existe muita beleza nas formigas minúsculas que habitam o frio chão do meu apartamento. Aqui escrevendo na madrugada habitual, pausadamente fico a refletir e por um breve instante fecho os olhos, buscando as palavras alquímicas...É um emaranhado de sentimentos, um novelo de lã com que o gato do tempo brincou. Sinto saudades de tantas coisas, pessoas e lugares, até de filmes e músicas. O que mais mexe comigo é uma certa angústia em saber que pessoas as quais considero especiais muitas vezes me ignoram, sinto-me banida como os corvos por espantalhos. Eu sou tão natural, não escondo sentimentos, porém, todavia, contudo, entrementes, sinto-me um ser esquisito. Confesso ter uma certa percepção algo um pouco mais aguçado do que a maioria e tal dom serve-me para ao invés de enxergar dias claros, ele embaça minha visão, ofuscando uma realidade dura. Imagens são construídas em minha mente, certamente não são imagens vitoriosas. Percebo o erro que estou a cometer e, quem sabe se eu me afastar, deixarei de 'sufocar' as pessoas que eu gosto. Eu esbanjo sentimentos e naturalmente isso coloca as pessoas em paredões de fuzilamento. O ser humano não está acostumado a ser tratado com carinho e se eu fosse mais bruta ou insensível talvez atraísse mais amigos. Eu não sei. Não sei ser falsa. Sou amorosa e amiga, esta é minha natureza. Quem sabe as pessoas confundam este meu jeito alegre, brincalhão e levem para um lado atrativo e sintam-se coagidas a algum compromisso. Não! De forma alguma é o que eu busco. Apenas quero ser verdadeira, eu mesma.
“A insustentável leveza do ser...”
Fico ensimesmada entre os paradoxos e paradigmas do viver, estacionada mendigando nacos, migalhas de amor incondicional. Grande erro. Não sei usar a palavra amor engarrafada e com diversificadas marcas, nem tão pouco rotulo a D'us e o firmamento. Sinto-me marionete no tempo. Não sou nenhuma deusa, não sou nenhum ser angelical, tão pouco algo a ser decifrado. Sou mulher, já no auge de minha maturidade e, vivenciar a experiência da amizade virtual é uma pulsação magnética a qual faz bem. Meu coração sente-se acalorado, revestido de carinho e assim sendo, quero retribuir, pois a vida é uma via de mão dupla, deveríamos receber na mesma proporção. Infelizmente percebo que estou enganada e que muitos podem dizer que sou chata, insistente, puxa saco, sei lá o que mais...Sei apenas que não sou cega. Tenho um grau de inteligência e 'semancol'; - ademais, se não está sendo bom, eu sendo uma viajante do viver, peregrina, irei apenas passar pelas vidas e desejo sinceramente que, quando se lembrarem de mim, lembrem com o coração feliz, que carreguem na memória uma Luciana que foi (mesmo sendo insistente), amiga. Não estou sendo compreendida, mas não julgo. Apenas me retiro à francesa deixando uma marca de fé nos seres humanos e sei que de alguma forma a semente foi plantada e quem sabe, gerará frutos. Sem mais, despeço-me de quem teve a virtude da paciência de ler estas linhas rebocadas de amor. E peço que avaliem com o coração, não julgando de imediato os atos, pois este “julgar” as vezes é captado e feito a leitura das linhas atemporais e acabam magoando os mais sensíveis...
Não existe acaso. Não existem coincidências. Tudo tem uma razão e um porque nesta trajetória cármica. As almas estão conectadas e quem sabe um dia, não existam mais computadores, telefones e sim uma telepatia, uma canalização. Para isso o ser tem muito que evoluir. Quando existe o sincronismo, a magia da conexão se fez e, as almas estão vibrando na mesmíssima frequência.
Deixo neste texto minhas impressões cósmicas.
Que se faça luz em todos os corações!