CARTA A MIM MESMO

NÃO SEI A QUEM ESCREVO, E NEM SE QUERO MESMO ESCREVER. TALVEZ O QUE EU QUEIRA SEJA FUGIR, ME ESCONDER NAS LETRAS QUE TANTO AMO, ME DEIXAR ENVOLVER POR HISTORIAS DOS OUTROS, PARA QUE TALVEZ ASSIM EU ESQUEÇA A MINHA.

ENVIO ESTA CARTA A ESMO, SEM DIREÇÃO, SEM DESTINATARIO, ENVIO AO VENTO MEUS SENTIMENTOS, MINHAS MÃOS CANSADAS, MEUS PÉS LENTOS, MEU CORAÇÃO EM DESALINHO, POR TANTA COISA QUE NÃO CONSIGO MUDAR.

NÃO ENTENDER É DIFICIL DEMAIS,NÃO TER A CAPACIDADE DE ACEITAR A DOR DE QUEM SE AMA, É TER SEMPRE NA BOCA O GOSTO AMARGO DA IMPOTÊNCIA.

NA NOITE QUE SE ACHEGA, A FALTA DE CALMA SE TORNA PRESENTE,FAZENDO A HORA MAIS LENTA DO QUE O NORMAL, DEIXANDO MAIS FRIO, O CLIMA DE MOMENTOS QUE SE PRETENDE ESQUECER.

HOJE É UM DIA DE DESERTO, UM DIA DE SECA, DE DISTANCIA, DE SILÊNCIO ENSURDECEDOR, DIA DE UMA SOLIDÃO ACOMPANHADA DE TODOS OS FANTASMAS QUE TEIMAM EM ME VISITAR.

VEJO PARTE DE MIM SE MALTRATAR, SE HUMILHAR POR MIGALHAS DE AMOR, VEJO PARTE QUE AMO NÃO SE AMAR, TRAZENDO A TONA A INERCIA QUE ME DOMINA, POIS NÃO TENHO COMO MUDAR A VIDA QUE NÃO É MINHA.