CORRESPONDÊNCIAS (I)
(E-mail recebido em 15/11/2010)
Olá, Gomes, tudo bem?
Sou jornalista colaboradora da revista "Aventuras na História", da editora Abril, e contribuo para a seção chamada "Dito e Feito". Nela abordamos a origem de expressões populares bastante famosas.
Para as edições de fevereiro e março do ano que vem, gostaríamos de falar das seguintes expressões: "Fumar o cachimbo da paz", "Tirar o corpo fora", "Pegar com a boca na botija" e "Dar com luva de pelica".
Vi que em seu "Dicionário de Expressões Populares da Língua Portuguesa", lançado recentemente, o senhor fala do significado de todas elas, mas não especifica suas origens. O senhor tem essas informações ou indicações de outras fontes onde eu possa encontrar? É possível me repassá-las? Claro que daremos os créditos respectivos. Se preferir, posso entrar em contato por telefone.
No aguardo.
Grata,
Camila Stähelin.
(11) 9531-1067
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RESPOSTA À NOBRE JORNALISTA
Fortaleza, 15 de novembro de 2010.
Bom dia, sra. Camila Stahelin, prazer em conhecê-la!
Estava de saída, mesmo assim - em atenção à nobre jornalista - me detive para lhe dirigir algumas palavras.
Em princípio, teria a maior boa vontade em atendê-la. Sua solicitação é muito pertinente, contudo a origem das expressões que a sra. me pede eu não a tenho.
Algumas (poucas) encontrei neste endereço, certamente a sra. já conhece: http://www.portaldascuriosidades.com/forum/index.php?topic=56618.0
Em nova repescagem, que ora empreendo, até estou colocando certas origens de expressões.
Na nossa pesquisa realizada, no "Dicionário de Expressões Populares da Língua Portuguesa", recém publicado pela WMF Martins Fontes, o aspecto histórico e/ou etimológico das expressões eu não levei tanto em conta. Apenas um ou outro exemplo. Lá, no dicionário, o foco principal são os aspectos semânticos, tanto do ponto de vista sincrônico quanto diacrônico.
No seu caso particular, em que a sra. lida com uma revista de clara conotação histórica, a abordagem etimológica torna-se imprescindível.
Mas, como sua matéria está programada apenas para o ano que vem, espero, até lá, de alguma forma, poder colaborar com o seu trabalho jornalístico e, assim, matar a sua curiosidade. Não é promessa formal, à moda dos políticos, mas desejo sinceramente ser-lhe menos inútil, rsss.
Os nossos números telefônicos são: (85) (...), (85) (...), ou, ainda, (85) (...).
Fico ao seu inteiro dispor e, caso a sra. tenha algo mais urgente, por favor, não tenha acanhamento. Pode bater um fio, rsss.
Um abraço,
João Gomes da Silveira
Fort., 15/11/2010.