::::Aquelas Cartas de Amor - Parte III (Fim!)::::
Acabou!
Terminou todo o encantamento e, eu sabia que teria um fim, um fim sem um começo.
Tudo acabou assim, sem nem ter começado, não da forma como eu queria, como eu esperava. Não progrediu e talvez, tenha sido melhor assim.
Foi tudo longe demais e, apesar de não termos nem sequer nos beijado, esse amor que cresceu em nós fez nossos corações ficarem perdidos, ainda mais o seu, perdeu-se em meio a tantos sentimentos.
Você perdeu-se nessa minha doce confusão.
Planejamos tantos encontros, decoramos tantas coisas para falarmos um ao outro, imaginamos, sonhamos, mas o sonho dissipou-se. Tudo terminou em três palavras informais: "Então tudo bem!" e nem doeu tanto assim, em mim ou em você.
Nesse momento tive absoluta certeza dessa confusão que criamos. Idealizamo-nos um ao outro, criamos expectativas demais e no fim, não era amor, era apenas saudade, uma saudade de estar perto, de conversar. Só saudade. Saudade, talvez, de um abraço. Não estava em nossos planos, um beijo. E não quero que isso aconteça, não pretendo apagar o restinho de encanto que me restou de ti, encanto que pode terminar também, com um selar de lábios.
Você não pode me amar, assim como eu jamais irei amá-lo. Amor não cria-se, transforma-se ou inventa-se a nosa forma. Amor, daqueles que fazem-nos tremer por dentro, esse tipo de amor, o amor que eu quero, não é assim. Esse amor, nasce do nada, acontece em nosso coração sem percebermos e assim, vai alastrando e derrubando toda ponte de razão, deixa fluir a emoção, livre, leve e solta. Amor que é maior do que qualquer distância possível.
Uma palavra que supera três meros vocábulos de adeus.
Você foi meu sonho mais concreto e nunca esquecerei que um dia pensei ter te amado e, apesar de não te amar como queria, você é parte importante, ainda que o vento te afaste cada vez mais de mim.
Mas lembre-se apenas: Não terminou, nada acabou, afinal, não se pode acabar aquilo que nunca se começou...
Um beijo.
Ana Luísa Ricardo