PERDOE-ME

PERDOE-ME

Talvez eu tenha que passar um bom tempo me perguntando e por ter me enganado.

Por ter encontrado uma mulher romântica, mas senhora de si. Perfil esse que assusta a maioria dos homens, mas que na verdade é muito encantadora.

Perdoe-me pela minha volúpia, por me deparar com alguém tão sensível à poesia.

Perdoe-me pela minha fragilidade que aos 44 anos não ter percebido que entre quatro paredes nem tudo vale quando se estar diante de alguém que se julga simplesmente maravilhosa e, me comportar como uma criança diante de tanta coisa gostosa a degustar.

Perdoe-me por ficar triste ao perceber que o que se passou, passou tão depressa e não sobrou nem a amizade para podermos dar gargalhadas de coisas tolas, ao passearmos pelo calçadão, ou tomando-lhe o seu suco como bons amigos.

Perdoe-me por ter-me feito tão feliz por alguns momentos, mesmo que a recíproca não tenha sido verdadeira.

Perdoe-me por ser indelicado, insensível, irresponsável, confuso e inseguro.

Perdoe-me, por não ser tão ideal, pelas fantasias que não realizei, pelas mentiras que não disse, pelas verdades que falei...

Perdoe-me afinal, por não conseguir ser o que pensei, mas saiba que aqui dentro do lado esquerdo do meu peito, ficaram as marcas de alguém que pensa que tem coração.

Pedro Ferreira Santos (Petrus)