Conversa franca

ou ao meu amigo Pedro.

A franqueza não tem sido minha mais atual demonstração de fraqueza. Não! Minha fraqueza anda se mascarando em ironias agridoces e alfinetadas desapercebidas. Faltam-me amizades, disso sei faz tempo... mas regar amigos para tomá-los quando preciso, nunca foi me ensinado. Talvez se tivesse sido, também não me resolveria... o que me falta é aquela humildade nata para dizer: “preciso de você!”. Num momento em que o grosso do orgulho ou a sensação de “eu me basto” vão passear, o máximo que consigo exprimir é “eu preciso...”. Precisar de alguém vem junto com uma bagagem surreal de pré-requisitos, dentre os quais, confiar é o imprescindível. Não se pode mostrar fraqueza sem expressar: “sou vunerável" ou "estou nas suas mãos” É claro que não é uma entrega total, ou abestalhada [como quando se está apaixonado], mas qualquer entrega exige confiança.

Dizem que o primeiro passo para qualquer coisa é o reconhecimento. Reconheço que não dou o valor necessário as pessoas. Mas o que posso fazer se meu caráter é árido e meus relacionamentos melindrosos? Já chorei por essas coisas. Agora começo a aceitar com uma sensação amarga que não terei com quem desabafar. A amizade, que achava mais fácil achar e conservar, é tão fugidia como o tolo amor.

Quando os encontrar, quem sabe os reconheça... quem sabe não... Mas não se culpe, ou de mim tenha compaixão... Nunca implorei aceitação nem creio na [tão comum] afetação. Só parei para dizer que não preciso de você, mas te tenho no coração!

bjs.

Bella Dona
Enviado por Bella Dona em 03/11/2010
Reeditado em 22/11/2010
Código do texto: T2595088
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