A quem possa receber!
A quem possa receber!
Não sei mais quem eu sou, perdi minha identidade, ao meio de tantas outras mulheres que dedicam suas vidas a estes homens guerreiros, corajosos, que em batalha, não medem esforços por nossa pátria.
Eles sangram, seus corpos estão mutilados, mas não só seus corpos, suas almas também. Nós enfermeiras, estamos tentando salva-los, mas a qualquer momento os inimigos podem aparecer. Está muito frio, bastante neblina, sorrateiramente, podem atacar aos nossos últimos soldados, e tomar nós mulheres para eles.
Jamais permitirei que encostem um dedo em mim, então, já tomei minha decisão, acabarei com minha vida e com a de meu filho, que ainda está em meu ventre, em alguma outra dimensão, seremos felizes e livres…
Peço que não me julguem. Se eu estou louca? Talvez… Se você estivesse aqui, neste campo de guerra, também estaria. As condições são desumanas! Viva os loucos, porque são livres! Liberdade existe? Viva a morte nossa de cada dia!...
Daquela que em sua loucura, encontrará a liberdade.