Papel amassado
 
Ó bela, vela o meu papel, desenhado e rabiscado em vida. Guarda-o qual penhor entre meus vícios, minha querida. O meu colo, grava-o em pixel, nos teus olhos, em tela que registre ardor. Se em raiva ou medo, o papel do leito escuro em bola feito, rola com Gardel, o disco voador que achou o muro: lembra a letra no papel, o som e o sabor, de rosas e grama de vergel, o lastro do que foi fervor.


Joseph Shafan