Carta a alguém de 16 de outubro antigo

Foi em 16 de outubro...

nunca a vi pessoalmente...

mas, para mim, suas palavras eram encantadas...

era verdadeira primavera...

o tempo era outro...

meu mundo era diferente...

o dela era um lugar mágico...

ela tinha descrito de maneira maravilhosa...

eu cheguei a sonhar que viajava para lá...

ela tinha pedido isso na realidade...

seu coração transbordava em amor para dar e receber...

era intensa, tinha um romantismo que mesmo eu

que me julgava romântico, ficava envergonhado...

e ao mesmo tempo uma admiração tomava conta...

sabe, uma coisa que poucas vezes senti...

e acho que a mais avassaladora...

díficil explicar o que alguém sente...

aliás, eu me julgava independente, e que era apenas

uma brincadeira de amar, uma paquera diferente,

apenas um passatempo, eu estava de férias,

valia a pena escrever poesias a ela,

e, pelo jeito, ela gostava muito do que eu escrevia,

apenas um mês mais ou menos,

e quase ninguém sente disposição de admitir

que ama num período tão curto...

e eu só descobri isso no dia, que ao ligar a ela,

no seu estado distante, ela disse que naquele

mesmo dia, 16 de outubro, estava chegango um rapaz

ao qual encontraria na rodoviária...

subiu meu sangue, nunca senti-me assim antes...

fiquei bravo, e acabaram os créditos...

voltei taciturno ao meu trabalho, era hora de serviço,

uma nuvem cinza me cobriu, e me acobertou por muito

tempo, apenas um passatempo, uma brincadeira

ROMÂNTICA, e eu não brinquei com os sentimentos dela,

no entanto, foi com o meu sentimento que brinquei...

ela, por outro lado, esqueceu-se, era natural,

eu vivi em trevas, mundo sombrio, nunca foi tão forte

uma perda, uma perda de alguém que nunca vi pessoalmente...

hoje eu posso rir disso, estou livre para amar,

mas triste é você estar acorrentado às

suas próprias emoções, pois quando apareciam

opções, eu não sentia mais encanto,

porque não era aquela encantada, que me fez

morrer por dentro por muito tempo...

e ela talvez só ouviu um sussurro disso,

quando eu ia ao meu emprego, se eu ria,

era um riso disfarçado, uma tristeza forte demais,

e escondida tão profundamente dentro do coração.

Wanderson Benedito Ribeiro
Enviado por Wanderson Benedito Ribeiro em 18/10/2010
Reeditado em 30/01/2011
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