Pra onde fostes?

Será que vagas velozmente cortando as ruas das cidades, deixando seu perfume solto no ar?

Já apagastes da memória o sabor dos meus beijos, o canto das minhas palavras, a essência do meu ser procurando amparo em ti?

Em seus braços senti me tão acolhida, em suas poucas palavras tão querida, onde fostes se refugiar? Por que fugiste de alguém que só queria te amar?

Será que um dia, olharemos as águas do oceano e lembraremos os dias em que a nossa vida se fez onda, se misturou e se desmanchou. Será que marcou em ti, como em mim?

Quando sinto que a paixão quer penetrar meu coração, eu tento enganá-la, finjo que estou vulnerável, deixo acontecer, mas penso que você está fazendo errado, se fugir ela vai atrás, te faz cativo. Mas como cada qual tem uma maneira de agir pra se defender, por você eu vou torcer.

Ainda te trago em minhas lembranças, seu jeito de ser que parecem misturas homogêneas dos quatro elementos da natureza, ar que reflete em ti sua inteligência, sua respiração, sua consciência; água me faz lembrar sua alegria, seu amor; a terra sua resistência, sua confiança e o fogo; esse me faz lembrar inúmeros adjetivos, sua energia, criatividade, brilho, iniciativa, desejo, paixão...

De certo voas nas asas do vento por ai, procurando alguém para ancorar seu coração, alguém especial que te faça perder o sentido do certo e errado... cuidado que esta pessoa você já pode ter encontrado e ocupado com a busca pode não ter notado.

Não falo de mim, pretensiosa eu não sou; nossa história foi como explosão, à última chama já se apagou.

Hoje sozinha cultivo as lembranças com carinho, foi tudo que restou.

Damiana Almeida
Enviado por Damiana Almeida em 18/10/2010
Código do texto: T2563591
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.