CUENCA - EQUADOR - IMPRESSÕES DE VIAGEM

Cheguei ao acampamento da construtora depois de duas horas de vôo comercial, uma hora de Jeep em estrada de terra e mais quinze minutos de helicóptero. Visitei a obra, uma estrada ao longo da fronteira com o Peru, em plena selva amazônica, e no final da tarde me preparei para a viagem de volta. O helicóptero estava fazendo outro serviço e nos arranjaram um bimotor, o "Commander II". Perguntei ao piloto, de brincadeira, onde estava o "Commander I" e ele, entre triste e sem graça, disse que tinha desaparecido na floresta havia três meses e não tinha sido localizado. Sorri amarelo, olhei para a pista de cascalho, mas subi no avião mesmo assim. Tinha outra opção? Tudo pronto para a decolagem, o piloto, em vez de acelerar, desliga os motores e, com voz preocupada, pede para todo mundo sair para empurrar o avião para trás porque ele estava achando que a pista era muito curta. Foi o que fizemos: empurramos o avião uns 10 metros, quase até as árvores. Da para imaginar a situação? A pista foi na medida certa.

JULHO DE 1992