Beijo de Cinema
A ausência de Laila me mata. Tanto quanto a sua presença me confunde. Parece existir um pacto silencioso entre nós para que não falemos dos nossos sentimentos, da nossa saudade mútua. Trocamos palavras e olhares, falamos muitas coisas como que tentando suprir a nossa necessidade do toque, da caricia, do cheiro, do afeto, de falar baixinho no ouvido, de chorar em silêncio nos braços um do outro. Tantas vezes, todos os dias, eu me nego a pensar em Laila. Por onde anda? O que estará fazendo? Estará mesmo pensando em mim?
Fico sonhando ser o seu anseio, ser o seu passeio nas fantasias da sua insônia, o seu alívio nas horas de aflição, a sua companhia quando estiver perdida e solitária em seus pensamentos. Fico ansioso pra ler os seus versos e para me ver em cada palavra. Mas nem sempre elas são dirigidas a mim. A Laila que fala comigo não é mesma que escreve, ou melhor, que me descreve o seu coração. Pudéramos, eu e Laila, mergulhassemos juntos numa aventura de letras, escritas pela nossa própria mão. Entretanto, estamos longe de sermos um avatar. Nossos sentimentos vão muito além do transe, muito além das palavras. O que nos resta são os nossos desejos contidos, nossas vontades escondidas atrás de uma frase e outra.
O beijo no cinema não foi um beijo de cinema. Foi mais um beijo roubado de uma boca que lutava contra o seu desejo, que dizia sim por trás de cada "não" balbuciado no entre roçar de lábios. "Depois eu vou ficar lembrando desse beijo, e eu não quero ficar sofrendo a saudade", ela disse. Minutos antes, ela havia se queixado de frio e eu me ofereci para aquece-la em meus braços, mas, pela mesma razão, ela recusou. Preferia sofrer o frio do que a saudade.
Eu disse que estava tudo bem, afinal, eu tinha ido ali por conta de uma promessa e achava que aquele seria nosso último encontro.
Promessa feita antes do rompimento. No íntimo, eu me recusava terminantemente ser amigo de Laila. Então eu me deitei no seu ombro, peguei na sua mão e fiquei sentindo o seu calor. Era aconchegante ficar a mercê do frio gelado do ar condicionado, enquanto a tela mostrava a história de uma mulher traída que tentava reorganizar sua vida sem perceber que estava se expondo a um novo amor.
Laila tinha mesmo razão. É duro ter que dar razão à razão. Não somos livres. E o pior de tudo, somos leais aos nossos princípios, aos nossos amores que temos de amar. Temos que nos conformar com a as agruras de nosso desencontro, de termos descoberto um pouco tarde que nossa felicidade seria eterna se tivéssemos percebido que o nosso amor já existia. Sei que ela luta cada dia por me amar, por não poder me amar. Ainda assim, a ausência de Laila me mata. Tanto quanto a sua presença me confunde.
Ainda assim, eu continuo amando Laila intensamente.
Fico sonhando ser o seu anseio, ser o seu passeio nas fantasias da sua insônia, o seu alívio nas horas de aflição, a sua companhia quando estiver perdida e solitária em seus pensamentos. Fico ansioso pra ler os seus versos e para me ver em cada palavra. Mas nem sempre elas são dirigidas a mim. A Laila que fala comigo não é mesma que escreve, ou melhor, que me descreve o seu coração. Pudéramos, eu e Laila, mergulhassemos juntos numa aventura de letras, escritas pela nossa própria mão. Entretanto, estamos longe de sermos um avatar. Nossos sentimentos vão muito além do transe, muito além das palavras. O que nos resta são os nossos desejos contidos, nossas vontades escondidas atrás de uma frase e outra.
O beijo no cinema não foi um beijo de cinema. Foi mais um beijo roubado de uma boca que lutava contra o seu desejo, que dizia sim por trás de cada "não" balbuciado no entre roçar de lábios. "Depois eu vou ficar lembrando desse beijo, e eu não quero ficar sofrendo a saudade", ela disse. Minutos antes, ela havia se queixado de frio e eu me ofereci para aquece-la em meus braços, mas, pela mesma razão, ela recusou. Preferia sofrer o frio do que a saudade.
Eu disse que estava tudo bem, afinal, eu tinha ido ali por conta de uma promessa e achava que aquele seria nosso último encontro.
Promessa feita antes do rompimento. No íntimo, eu me recusava terminantemente ser amigo de Laila. Então eu me deitei no seu ombro, peguei na sua mão e fiquei sentindo o seu calor. Era aconchegante ficar a mercê do frio gelado do ar condicionado, enquanto a tela mostrava a história de uma mulher traída que tentava reorganizar sua vida sem perceber que estava se expondo a um novo amor.
Laila tinha mesmo razão. É duro ter que dar razão à razão. Não somos livres. E o pior de tudo, somos leais aos nossos princípios, aos nossos amores que temos de amar. Temos que nos conformar com a as agruras de nosso desencontro, de termos descoberto um pouco tarde que nossa felicidade seria eterna se tivéssemos percebido que o nosso amor já existia. Sei que ela luta cada dia por me amar, por não poder me amar. Ainda assim, a ausência de Laila me mata. Tanto quanto a sua presença me confunde.
Ainda assim, eu continuo amando Laila intensamente.