Procê

O meu lápis falhava como caneta,

Imaginava tantas faces, de uma desconhecida beleza,

Tais letras fugiam a ponta do grafite,

As tintas colorindo no papel, onde eu vi uma dama num poema que existe.

Do tempo que perdi, dos lugares me perdia passando as horas,

Das vitrines as manequins estatizadas, pálidas eram as modas,

Indo devagar me julgando lógico,

Acabei por entender que eu não era um ponteiro e quase nada funcionava pelo relógio.

Num momento de leitura, mudou o foco do meu olhar à sopro de um vento,

Por um momento, num acaso eu vi no tempo o teu talento.

Amores perto de ti,

Pequenas ilusões a me distrair,

Rondavam ao lado cada vez mais longuiquo,

Um nó que atávamos, frágeis, leves e finos,

Então eu penso que sempre mesmo sem saber,

Sempre tive em mim você.

A falta que sentia dos cabelos encaracolados, o meu carnaval,

Até então sem você a água da praia me parecia sem sal,

Das histórias dos livros que li, tantos contos de amor,

Enfim, até que fim você chegou.

Da Bahia até São Paulo, quilômetros a percorrer,

Na estrada sentido um beijo de chocolate sortido procê.

Edilson Alencar
Enviado por Edilson Alencar em 18/09/2010
Reeditado em 18/09/2010
Código do texto: T2504911
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