o fel da madrugada

Um fel me iluminou esta madrugada,

movida pela raiva eu me retiro da beira do abismo e não torno a pular.

Curto uma raiva gostosa de sentir, que coisa estranha!

Cultivo suas palavras cínicas, impudicas...desleais...

Para depois colher tua lembrança em campos de desprezo.

Eu chego a não suportar você, e pela primeira vez não quero te ver.

Um mal súbito me toma de açoite eu esmoreci, estou tão fria,

submersa de fel, coloco minhas armas e meu campo de força.

Estou imune a todo e qualquer sentimento.

Meu coração parou de bater, de sentir.

Eu não te ouço mais, eu não te sinto mais, e arrisco não te querer mais.

Descubro que posso viver, mas de uma forma estranha, fúnebre, insensível, vagando pelas estradas frias do fim.

Como num beco gelado eu sobrevivo pela dor, cometo simbiose com o gelo, aqui ninguém me atinge, do contrário eu queimo e transformo em pedra gelada e sem vida

Você está fora do meu campo de visão, e eu ainda sonho com você em forma de príncipe, como antes de tudo isso acontecer.

Mas, se um dia você voltar, eu posso não estar mais aqui!

Alguém vestido de fogo pode me libertar!!!

Eu espero.

vivi star
Enviado por vivi star em 14/09/2010
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