Esse tal amor

Amiga Luce

Meus dias minguam a alegria em mim. Não que eu prime pela tristeza, mas sinto dias nublados muito próximos.

Quero contar de meus sonhos mais recônditos. Preciso realizar um em essencial prioridade: quero ser artista!

Mas não quero sê-lo na psteridade, quero-o agora. Quero dividir meus desejos íntimos com as letras, quero embrigar-me não dos aplausos, mas dos olhares esbugalhados pela força que emana de meus versos, do teor selvagem imantado em meu canto livre... lírico.

Não te espantes com minhas palavras pueris. Não quero assutá-la. Sei que devo alertá-la do furor latente em minhas entranhas, contido apenas pelo ápice de um encontro eterno.

Tudo me foi efêmero até que me tornasse uma só. De lá vem comigo esta chama que ora inflama sob o véu das responsabilidades.

Não te assutes! Ainda não sei o que é o amor. Sim! Não falo daquele amor que aquece a carne e faz-nos parecer águias, lobas, areder sem febre, urrar, rasgar e perder-se em delírios... só de pensar no pulsar dessa força tamanha. Falo de amor que sei existir, mas ainda não conheço. Sem palavras, não defino simplesmente por extasiar-me apenas pela suspeita de sau existência.

Ah!... se é fogo quero queimar-me; se é água nela quero afogar-me...

Esse tal amor deve ter um norte.

Ia-me esquecendo.. quero ser artista, plagear os versos da minha aura, exportar meus ais em melodias infinitas. Quero cantar e escrever! Como quero!

Para isso devo saber o que é o amor. Tu o sabes? diz-me e saberei o que é!

Delírio meu, não é? E quem não delira?

Pararei por aqui. Preciso relaxar a alma, criar sofismas, talvez. Sonhar sim, sonhar para acordar ligeiro, pensamento faceiro.

Até breve, amiga!