Hipócrisia

Esse vazio que ecoa ao fundo, esse buraco sombrio que aumenta e lateja são dores profundas e secas dessa minha vida de melancolia.

Infância de sonhos, de pés no chão foram bons tempos, onde a fantasia reinava na face, em cima das arvores numa canção, quando de tardezinha o vento que nos toca, uma paz que invade nosso espírito juvenil, tornando nos um ser encantado, dotado de magia e graça.

Hoje os tempos mudaram o mundo perdeu sua cor, um nítido e coletivo desejo de futilidades, na boca um gosto amargo, no olhar camuflado solidão.

As vezes o desejo dos sonhos palpita no peito; procuro no espelho um sorriso sincero, mas o tédio pálida sombra depressiva, no cansaço diário infeliz companheira, nas poucas euforias inevitável canseira.

Hipócritas! Onde estão às aventuras, os romances românticos, todos nós poetas hipócritas.

Luk Ramos
Enviado por Luk Ramos em 28/08/2010
Código do texto: T2464739
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