Hipócrisia
Esse vazio que ecoa ao fundo, esse buraco sombrio que aumenta e lateja são dores profundas e secas dessa minha vida de melancolia.
Infância de sonhos, de pés no chão foram bons tempos, onde a fantasia reinava na face, em cima das arvores numa canção, quando de tardezinha o vento que nos toca, uma paz que invade nosso espírito juvenil, tornando nos um ser encantado, dotado de magia e graça.
Hoje os tempos mudaram o mundo perdeu sua cor, um nítido e coletivo desejo de futilidades, na boca um gosto amargo, no olhar camuflado solidão.
As vezes o desejo dos sonhos palpita no peito; procuro no espelho um sorriso sincero, mas o tédio pálida sombra depressiva, no cansaço diário infeliz companheira, nas poucas euforias inevitável canseira.
Hipócritas! Onde estão às aventuras, os romances românticos, todos nós poetas hipócritas.