POR QUE O SILÊNCIO CHANDINHA?
 
Imaruí, SC 28 agosto de 2010
 
Silenciosa Chandinha,
 
A dúvida me persegue a todo o instante. E o teu silêncio são cravos que sangram o meu coração. Pois a saudade bate a minha porta todos os dias e o Roberto Carlos continua cantando “arrasta uma cadeira”.
Confesso que passaste pela minha vida como uma ventania e, no redemoinho emocional que se fez, levaste o meu amor, as minhas saudades e todo um projeto que estava sendo arquitetado para o futuro.
Ainda não compreendi o teu obstinado silêncio, pois foi de repente como um raio. Agora, apenas me deixaste as luzes fugidias das saudades. Quando passo pelo H. Fliper, levanta-se da minha memória todos os momentos vividos. Lá no molhe da barra, os golfinhos em suas acrobacias aquáticas, me dão a impressão que sentem a tua ausência – agora eles continuam fazendo as suas peraltices, mas de forma muito triste e sem graça.
Eu tenho medo e desconfio que alguém roubou de mim o teu coração, pois o silêncio fala mais alto do que imaginamos.
Penso que foi a distância com a sua dimensão que esfriou o nosso amor, mesmo assim, ainda sinto muitas saudades de ti. Agora, já não sei o que faço com as 68 taboas da minha vida, pois antes eu havia prometido construir com elas, uma pequena cabana rústica para que tu pudesses descansar os teus lindos olhos de mel.
Nada fará com que eu me esqueça de ti, mesmo que já estejas trilhando os caminhos de um novo amor. Mesmo assim, eu continuarei querendo bem a quem, um dia, disse que me amava. É bem como disse em seus versos Pablo Neruda,”o amor é curto, mas longo é o seu esquecimento”. Agora, neste momento mesmo, está tocando uma música igual àquela que tocava em nosso café pela manhã. Lembras?
Ah, se fores para Minas, não esqueças de levar o meu beijo e o meu abraço à Dona Zaíde – sempre olho para a foto dela contigo, nela eu vejo e sinto o carinho que ela tem por ti.
Aqui no sul, seja qual for o destino que tomaste, eu vou ficar com os teus lindos olhos de mel e o teu sorriso que eu adorava tanto. Agora quem irá dançar para mim o “Baile na Fazenda” – confesso que deixastes em mim, vestígios inamovíveis. Desejo que tu sejas a mulher mais feliz do mundo, mas se houver algum contratempo com o teu destino, mesmo assim, eu desejo que tu sejas a mulher menos infeliz do mundo.
 Um beijo aqui do sul.