Você não morreu. Conseqüentemente, não morrí. Apesar de todas as tentativas, continuei...continuei o meu procurar. Mesmo que tenha olhado com desejos suicidas a vermelhidão do sol mergulhando nas águas do Jacaré, mesmo que tenha vagalumeado na escuridão da praia à tua procura, mesmo que tenha te catado entre os sargaços que habitam meu mundo, em vão, mesmo que tenha ficado amputada com tua partida, eis que surges. Vens do nada ou do tudo, vens, simplesmente, vens. E, como se nunca tivesses partido, te apeias, te despes, e me tomas. Mas, onde guardarei essa saudade que petrificou meu coração? Como expelir essa dor trancada que ainda habita meu peito? Onde porei aquele poema que me destes, e, sobre o qual derramei centenas de lágrimas? Ele continua aqui, embrenhou-se em mim e fiz dele minha bíblia. Mas, será que ainda o recordas? Como remendar, se estou esgarçada? Por onde começarei a sarar? Mas fatalmente descubro que meu coração voltou a seu ritmo, voltou a batucar com o verso de Neruda. Entramos em sintonia, e, nem foi preciso palavras, ou gestos para explicar tamanha ausência. Voce chegou, simplesmente voltou, e, eu, mais uma vez te digo, aquí estou.
SEJA BEM VINDO A SUA MORADA!