[Carta ao meu Amor Perdido]

Saudações minha Querida,

30.02.2010

Não sei exatamente porque estou escrevendo esta carta, mas sinto que se não escrevê-la, não ficarei em paz comigo mesmo, de alguma forma.

O que eu quero dizer a você, bem... é complicado! Sabe, já se passou algum tempo desde que nos vimos pela última vez. É estranho, mas ainda lembro de alguns detalhes daquele dia, como teu sorriso triste, e teus olhos que dificilmente olhavam os meus. E do outro lado, também um sorriso torto, desfigurado, um olhar distante. Simetria Imperfeita. Algo desagradável de se lembrar em miudezas.

Eu, no princípio, não acreditei que seria o fim. O fim costuma ser algo mais angustiante, dramático... ou talvez no fundo eu só não acreditava no que estava acontecendo! Talvez por isso, tantos erros a posteriori... Acredito que foi orgulho de nossas partes ter deixado as coisas acontecerem da maneira que aconteceram... até porque no fundo, acredito que nos amávamos.

As pessoas costumam ser imbecis, as vezes... deixam passar oportunidades muito grandes de serem felizes por coisas tão pequenas, motivos tão egoístas... e quem sabe por isso, não culpo você por nada do que aconteceu, afinal, bem eu sei que poderia ter feito algo, e não fiz!

O que importa agora é que... já se passou tanto tempo! Muita coisa mudou! Mas sabe, existem coisas que ficam gravadas para sempre, eternalizadas nas paredes da memória, independentemente de nosso querer... não sei o que isso significa, mas às vezes isso me incomoda, e acaba sendo como uma praga no meu jardim, se pode compreender.

Contando essas coisas, você até que pode pensar que estou ficando louco, ou imaginar por que diados eu, passado tanto tempo, lhe escrevo contando tanta coisa sem sentido... mas acredite, eu estou rendido a esta louca vontade de lhe escrever, e não é que eu esteja fazendo qualquer protesto de lástima etc e tal, eu apenas acho que vou me sentir melhor sabendo que você irá ler uma carta minha, por isso, só por isso, escrevo!

Como você sabe, escrever é algo que me apraz, e escrevo quando me sinto muito feliz ou... bem, necessariamente muito triste. O que importa mesmo é que as palavras me confortam, parece que elas me entendem, e por mais estranho que possa parecer, sinto que recebo uma paz interior estupenda. Então, por isso escrevo!

Enfim, mas não quero dizer a você o que já não interessa... Quero apenas dizer a você, em conclusão, que não permitemos mais que o nosso orgulho seja maior que nosso amor (o meu e o teu, de cada lado), não sejamos vítimas de nossos próprios atos.

Saiba você que mesmo de braços soltos, meu coração lhe reserva um carinho inestimável, e ele quer o seu bem [mesmo que nunca mais queira vê-la!]. Portanto, que você possa receber esta carta com a mesma satisfação que ora envio, sabendo sempre, que podemos ser melhores do que já fomos nesse passado tão eivado de vícios. Seja Feliz.

C. Carinho,

D. quem A. te G. Muito

S. de Cabul - A. Asha