Carta de um amigo distante
Rio de Janeiro, 23 de outubro de 2010.
Amigo,
Gostaria, antes de qualquer coisa, de dizer que lamento
muitíssimo não estar aí do teu lado. (Se bem te conheço,
irás dar aquele risinho – torto e amarelado – no canto da boca, cheio da ironia que só tu tens, e dizer:
– Eu sempre estive só! E ainda completar: – Sempre...
(Pura hostilidade dissimulada!)
Tu sabes dos meus motivos, e o quanto sofro a incapacidade de não poder estar aí contigo, num momento tão delicado como esse que estás passando. Perdoe-me!
(Só você mesmo pra me fazer usar “tu” pra tudo que é lado, viu?) Que fique bem claro que é só porque sei que você gosta! Olha lá! Não vai se acostumar com tantos mimos, hein?)
Sabe, tudo o que sei sobre o que se tá passando contigo, sei do disse-me-disse que anda boca-a-boca, entende? Na verdade, através dos amigos. (Sei que detestas esse lance de conversa de fofoquinha, mas não é bem assim, tá?)
Como te conheço muito bem, sei que tu estás procurando ficar sozinho, com a velha “filosofia da águia”... Sei, também, que deves estar mais amargo que nunca! E praguejando contra Deus e o mundo.
Não fiques assim, irmãozinho. Não te maltrates tanto. Sempre te digo que tu te maltratas além da conta, né?
Como tudo na vida, a dor tem uma dimensão finita, ou seja, tem início e fim. Sendo assim, espero que sofras sim, mas que não seja tanto! Aprenda a sofrer.
No mais, deixo minha esperança e o meu amor nesta cartinha. Não preciso dizer, porém, nunca é demais: Torço sempre por ti.
Termino com uma frase tua: “Sê principesco nos teus passos, porque a vida é uma poeira fina. E, quando se vê, já voou...
Aquele abraço de saudade,
Olem.
P.S. - Manda notícias, seja como for: Um e-mailzinho (Que tu tanto gostas), uma cartinha, um telefonema, qualquer coisa que mate um pouco esse meu desassossego, tá?