À espera.
O tempo passa bem devagar, tão devagar que as vezes
parece estar parado.
Essa morosidade faz com que algumas expectativas e
esperanças caiam, aos poucos, numa espécie de
adormecimento;
Não me atrevo a falar em esquecimento!
Mas...
Já não espero pelo carteiro;
Não imagino ouvir sua voz ao telefone;
Nem penso em mensagens de e-mail;
Sonhar com você me chamando no portão é algo que não
passa, nem de longe, pelos meus pensamentos.
Sentimentos, sonhos, expectativas e dores emocionais não
passam jamais.
Quando começam a incomodar, preparamos um berço,
cantamos uma canção de ninar e os pomos para dormir.
Adormecidos, ficam lá, em algum lugar, protegidos;
Até que, em um momento qualquer, despertam e, com uma
força descomunal, esperneiam, choram e gritam, trazendo
desconforto, dor e desespero.
E lá vamos nós, outra vez arrumar o berço e cantar outras
canções de ninar.
Tomara que ele durma bastante e que, quando acordar, não
faça tanto alarde.
Ah! Que loucura, essa criança...!
Agosto de 2010.