NA MELHOR DAS HIPÓTESES...
ENVIO ESTA CARTA A DEUS!
Senhor Deus do universo, criador de todas as coisas, Pai Soberano de todos nós!Perdoa-me por minhas falhas, por meus erros e pela descrença que, por vezes, me toma. Perdoa-me pela falta de confiança em Ti, por não ser tão determinada e persistente em minha fé, na Doutrina que abracei e por todas as fraquezas e imperfeições que me acompanham nesta vida que Tu me deste.
Eu recebo Senhor, todas as provações pelas quais tenho passado, sem revolta em meu coração. Aceito com humildade e resignação, por saber que as mereço; Tu conheces Teus filhos para “dar-lhes o frio, conforme o cobertor”, bem o sei! Mas, Pai, não dava pra maneirar um pouquinho só nesses “castigos”? Perdoa-me, mas eu preciso desabafar e sei que Tu hás de me entender.
No sábado que passou, Tu me mandaste de presente, aquela horrível inflamação no dedão do pé, o danado doía tanto que não pude abraçar minha querida amiga Rosa Pena, em sua apresentação na Bienal. O Senhor bem o sabe, eu não podia nem mesmo calçar meus sapatos. Sei que entendes a minha revolta Contigo, naquele dia. Perdoa-me pela explosão, pelos palavrões que saíram de minha boca. Não foram de coração!
Ontem, o Senhor me tirou a conexão com a Internet, deixando-me sem condições para ler meus amigos poetas – coisa que, o Senhor bem sabe – adoro fazer! Nem ao menos pude publicar os belos versos com que Helena Luna, querida amiga, me presenteou!Meu grupo de EC, ficou vendo navios.
Mas, Senhor! Permita-me, em minha pequenez, discordar de Ti! Essa agora, foi demais!Como nosso organismo pode suportar uma inversão térmica como a que se deu aqui na cidade ontem (queda de temperatura de 13 para 24 graus) em tão poucas horas? O meu deu pane, Senhor, e o resultado foi esse que vês. Uma noite inteira quase sem poder dormir, as dores por todo meu corpo, a febre e os suores, os espirros seguidos, a garganta completamente inflamada, a tosse constante, todas as sensações ruins que acompanham a desditosa gripe.
Sei bem que as alterações do clima na terra, os desastres constantes, em todo o mundo, as tragédias a que temos assistido, tem um único culpado – o homem!E o Senhor, reconheço, tem sido até muito paciente com a humanidade!
- Obrigada por isso!
Ah... Senhor! Ajuda-me aí, assim não dá... Eu preciso recuperar-me, ao menos por hoje, para comparecer à Bienal, no lançamento de nossa Antologia e abraçar meus amigos, companheiros de letras, que lá estarão! Dá-me uma trégua hoje, Senhor! Perdoa-me a falta de jeito, o meu modo às vezes brusco de ser, mas eu estou emputecida mesmo!
Ai, perdão de novo. Entrego-me em Tuas mãos. Confio em Ti, em Tua sabedoria e misericórdia que, à noite, estarei esbanjando bem estar e feliz da vida com meus amigos, lá na Bienal de São Paulo! Dá uma forcinha p’ra gente! Os poetas são pessoas do Bem, eu garanto!
- QUE ASSIM SEJA, SENHOR!
QUEM TEM AMIGOS, NUNCA ESTARÁ SÓ.
AGRADECENDO E PUBLICANDO OS MEUS!
Obrigada, a todos.
Beijos
DEUS,nosso maior amigo
Mandou São Pedro me falar
O que acontece contigo
ELE,lá de cima tá a olhar
Paga a conta da Internet
Com isso ele não se mete
Tal Internet não vai faltar!
Você tá toda istrumbicada
Isso já é coisa da idade
Vive tomando da "marvada"
E diz que isso não é verdade
E a tal "ite pra todo lado
Tanto problema de resfriado
Fica triste esse Cumpáde.
Mas, DEUS é muito poderoso
E lógico,bem sensacional
Mandou um anjo amoroso
Fazer sua "guarda" bem legal
Hoje à noite irá melhorar
Com certeza,também vai estar
Presente lá na grande Bienal!
(risos).
Melhoras, bela poetisa,linda amiga.
Bjs do amigo Bunitím.
(Perinho Goltara – U binitim)
*InterROGação*
De Edson Gonçalves Ferreira
Para Milla Pereira
Pai, escutai os lamentos da poetisa
Ela não clama por clamar,
Mas só porque ousa demais
Nós, poetas, tentamos recriar o vosso mundo
Não temos a vossa excelência, mas tentamos
Cada palavra lírica é um milagre esplendoroso
Com ela, tentamos redimensionar o mundo
E, como somos tantos e tão diversos,
As visões mudam. E isso, Pai Eterno,
Nos causa sempre um agito
Vós entendeis perfeitamente isso
Somos o barro assoprado por Vós
E, já que ganhamos vida,
Também proclamamos a vida
E com nossos versos eternizamos
A nossa passagem.
Sim, Pai Eterno, porque, quando formos,
Deixaremos aqui,
Sim, deixaremos um rastro de beleza singular
Das nossas almas sedentas de amor.
*Divinópolis, Minas Gerais, Brasil, 20.08.2010*
(Edson Gonçalves Ferreira)