Até que ponto corpo e alma formam um todo? É possível separar o físico do espiritual? Como amar com a alma, deixando o físico de lado? É possível dar o físico e proteger a alma? Como, amor, se são colados qual irmãos siameses, grudados e resistem ao triste desfecho: a separação. Na verdade, todos esses questionamentos borbulham dentro de mim. O físico, encantado com os apelos carnais, a alma, que contigo ficou, e o desejo de preservar o físico. Tentativa de unir os dois num só ser. Debalde a tentativa.O fogo se acendeu, o corpo mal consegue resistir aos desejos que se fazem presentes a cada momento. Ao longe, bem longe, ressoa ainda um conselho de um companheiro de cela. "Fecha os olhos, te ausenta, foge do momento presente, entrega apenas tua carcaça, guarda tua alma". Não é bem o caso, estou livre. Mas, será que estou mesmo? Na verdade, sou meio, já que comigo restou apenas a casca.
Não faz muito tempo, sem nenhum estardalhaço, te entreguei minha alma. Não faz muito tempo, te fiz guardião desse meu pedaço. Quando a devolvestes,juro que tentei preserva-la, mas quem diria, desgraçadamente não cumprí meu papel de protetora dela. Deixei que me possuissem, e, por pouco, minha alma não foi junto. Agora, aqui estou para te dizer, melhor que eu parta, antes que não mais consiga. Estou confusa, simplesmente confusa, nada sei do que poderá acontecer de hoje em diante. Usaram meu corpo, ou, minha alma também?
Bem, sei que te perdí agora, mas, não posso aceitar o silencio.
Também quero que saiba que continuo te amando.
Um beijo, seja feliz, eu, vou tentar.