Queimadas - haikais e algumas palavras a respeito de aspectos do tema.

Daniel, estou enviando este texto, para análise de publicação no ROL. Abs!

Queimadas no cerrado - haikais e algumas palavras a respeito de aspectos do tema.

fogo no cerrado --

para onde fogem as Emas

do Parque das Emas?

A ocorrência de incêndios nas terras do cerrado, conforme dizia o sertanista Carmo Bernardes (que escreveu, entre outras obras, o pequeno e seminal "Jângala - complexo do Araguaia"), precede à presença humana, conforme atestam as cascas grossas e rugosas das árvores - um fantástico mecanismo de proteção, que lhes garante a sobrevivência.

E nesse sentido, existem registros de fenômenos naturais que concorrem para tanto, como é o caso de raios, e até a auto-combustão.

Três são causas constantes e atuais que concorrem para os incêndios.

A "queimada", no sentido de uso do fogo controlado para o preparo da terra para o plantio, é prática atualmente mais utilizada no centro-oeste, na agricultura associado à indústria de ponta e considerada "verde", isto é, no setor canavieiro, explorada e gerida diretamente pelo setor alcooleiro.

E veja que engraçado: estes incêndios são captados pelos satélites e contabilizados na conta da devastação ambiental - o que é, no mínimo, uma trapaça!

Nos demais ramos de agricultura, porém, ela praticamente não é mais utilizada, por representar prática associável apenas ao plantio de baixa tecnologia - como era o caso da sua utilização nas chamadas "roças de coivara", que ocorriam usualmente por volta do fim do mês de agosto e início de setembro - quando chegam as primeiras chuvas e o que chamamos de "estação das águas".

A ocorrência de incêndios de natureza criminosa, por outro lado, são bem raras. Algumas vezes, ocorrem incêndios por falta de destreza ou controle e, por conta dos estragos, acabam sendo classificados assim.

São mais comuns os incêndios de natureza acidental, que ocorrem, por exemplo, quando as fagulhas do cano de escapamento de veículos pesados atingem o capim das margens das rodovias e, se espalham, à falta de aceiros nas cercas de divisas.

As rodovias, a despeito do progresso que provocam, são, pelo menos na minha região, as causadoras diretas ou indiretas de boa parte dos acidentes de natureza ambiental - aí, incluída, evidentemente, a matança diuturna da fauna terrestre e aérea.

No haikai que abre o texto, usei a expressão "fogo", justamente por dois motivos: o fato de ser um kigo de primavera e ainda, porque tinha em mente o incêndio que consumiu (outra vez), mais de 60% da vegetação do Parque Nacional das Emas, no sul do Estado de Goiás, que teve origem acidental - fagulhas decorrentes de um curto circuíto numa rede de energia elétrica.

Contudo, não posso deixar de registrar que, no centro-oeste, onde são perceptíveis apenas duas estações climáticas perfeitamente definidas, isto é, a estação da "seca", que vai de meados de abril até o final de setembro, e a estação das "águas", que ocorre daí em diante e, que estão perfeitamente integradas no percepção e, na sabença popular.

Como ainda sou noviço na prática do haikai, não sei se saberia resolver o problema decorrente da ocorrência do fenômeno das queimadas nessa época, no centro-oeste e, em contraposição à classificação do kigo envolvido, típico da primavera.

Apenas recordo que, no caso em tela, as duas elaborações relatam um incêndio cuja origem não é a "queimada", isto é, o uso controlado do fogo para o preparo da terra e, ainda mais, que o fogo originado de incêndios de causas naturais ocorrem em todo período de seca no centro-oeste, quando a vegetação está esturricada, o ar está com a umidade pela casa do 15, 20% e, a ventania enjoada de agosto amplia o raio e a repercussão dos incêndios de mato e pastaria.

vento de agosto

dona de casa cansada --

varrer e varrer