Cinco sentidos
O cheiro: aquela sensação que me toma sempre que teu olor me atravessa as narinas. Como se soubesse exatamente em que ponto do meu cérebro está o botão que me conecta a ti apenas pelo olfato.
Acostumei-me a tê-la em meus braços e me enlaçar nos teus. Sentir a maciez da tua pele. ‘Seda que abraça o corpo assim como teu nome a ti’. Veludo em contraste com meu couro curtido de sol e vícios.
Poderia passar um dia e uma noite, ouvido a te escutar. Conversa fora, conversa séria. Conversa água, conversa e goza. Conversa nada, conversa e ri. Ri de fogosa e dengosa como assim eu quero ouvir.
Teu gosto, ah! Que gosto de gozo. É mel que te escorre das entranhas e sal que corre de tua pele. Insalubre a boca, que boca! Delícia de sabor insaciável. Vício do qual minha boca é refém.
Ver-te, quão te quero ver! Há tempos não te tenho ao meu redor. Meus olhos te procuram em vão e somente nos braços de Morfeu enxergo pela objetiva o que há de belo e não há de ser de mais ninguém a não ser minha. Quem não está ao alcance dos olhos, mas montada em meu coração.
Eu, me, mim e todas as outras que aqui dentro estão, tem por unanimidade um sentimento por ti chamado saudade.
Porque hoje não posso te tocar.