Parece página de um diário, não leiam!
Eu nunca me destaquei por ser tolerante, muito pelo contrario, sobre certo aspecto sou considerado intolerante. Mais com relação a comportamentos, que é algo que eu me interesso bastante, sempre tentei enxergar outras visões. E por mais que pareça que eu nem considerei as situações de outras pessoas pra fazer minha analise, posso falar com toda sinceridade que me esforcei excessivamente pra me colocar no lugar de todas as pessoas que analisei.
Mais de um certo tempo pra cá, eu acho que passei dos limites, comecei a ficar compreensivo demais. Aturei coisas que em outros tempos eu nunca aturaria. Pensei ser um processo natural, amadurecimento talvez. Mais os últimos acontecimentos me levam a pensar que foi um erro. Aconteceram-me uma série de coisas, que só me fazem estar mal. Posso dizer que uma única coisa tem caminhado nos conformes. Que é a única coisa que dependo só de mim. O resto só decepções, frustrações, insatisfações.
Não busco com esse texto algum tipo de compreensão, pois descobri que as pessoas que sentem muita falta de compreensão, as que mais clamam, gritam, por ela, são as pessoas que menos entendem de compreensão, ou seja, de tanto se empenhar em ser compreendido, falta disposição pra compreender.
Posso dizer que apesar de uma aparente sisudez, sou divertido, que apesar da revolta que me toma, não destrato ninguém, nem mesmo os mais desprezíveis. E posso até dizer que tolero muito mais do que deveria.
Quem me conhece sabe que raramente grito com alguém, raramente me falta a educação e principalmente respeito. Porém nos últimos dias não consegui me controlar muito não. Os acontecimentos me fizeram perder um pouco a linha. Discuti com uma recepcionista, desferi frases que geralmente só vagavam pelo minha mente, jamais teriam saído da minha boca. Furei fila no hospital, por não ter mais paciência pra aturar por 4 horas novamente aquele inferno, coisa que minha índole não permite tal conduta, afinal haviam outras pessoas precisando de atendimento, discuti com a minha mãe por reclamações dela que está estão na minha rotina e nunca me tiraram do sério, e não estive disposto a ouvir seus desabafos, coisa que até me causava prazer em outras ocasiões. Discuti com uma amiga por coisa que não tinha nada a ver.
Mais não me tornei nenhum monstro, acredito que tudo isso passe em algum momento, mesmo que nada se resolva na minha vida, porque não é assim que eu sou. O que eu sou é o cara que escuta as historias de sua mão só por ouvir, da atenção só pelo prazer de ouvir mesmo, que houve as reclamações e as compreende mesmo sem entender. Sou o cara que está disposto a ouvir as coisas mais chatas e desagradáveis, de ouvir de uma amiga só pra poder ajudar de alguma maneira, nem que seja pra ser descarrego em mim mesmo as frustrações, e entende os motivos mais absurdos, mesmo sem acreditar e certas palavras. Sou o cara que houve um “me esquece” por apenas expor uma situação e não deixar maus-entendidos, e reage só pensando que pode resolver o problema por compreender que a raiva pode ter tomado conta,. Sou o mesmo cara que esquece todos os intempéries ditos, pra manter viva uma amizade que nem respira mais, só pra tentar manter bem alguém que pouco se importa, e que quer o não está disposto a oferecer. Sou o cara que prefere a paz a ter razão em uma discussão.
Mais não digo que sou um santo, afinal tenho milhões de falhas. Também sou o cara que acredita tanto em suas convicções que joga fora uma amizade de 10 anos por se sentir traído por comportamentos absolutamente aceitáveis dentro de nossa sociedade. O mesmo cara incapaz de perdoar a pessoa que mais se encaixa em sua expectativas, por puro orgulho. Sou o mesmo cara covarde, que evita uma conversa absolutamente indispensável par sua própria sobrevivência, por temer ser rejeitado. Sou o mesmo cara que guarda os segredos mais idiotas dos melhores amigos pra tentar parecer menos vulnerável. O mesmo cara que larga o amigo numa conversa sem terminar sem nem mesmo ter percebido a mancada.
Mais o fato pra eu ter relatado tudo isso, é que simplesmente quanto eu me sinto mais vulnerável nas horas que me foge o controle sobre mim mesmo, que hora que eu estou mais propenso a me afastar de todos mesmo, de me afastar novamente, de fazer recluso ao ponto de não me aborrecer com mais nada, por absoluto estado de alienação. Neste momento foram 5 pessoas pra me empurrar pra baixo, das mais próximas, as mais insignificantes, no total foram 5 pra me apontar e dedo e mostrar meus erros. Mais como diria Gil Grissom (pras pessoas menos desinformadas e preguiçosas: é do CSI, e ele diz isso no episodio do assassinato no avião): Foram muitos pra matá-lo mais ele precisava apenas de um pra estender a mão e salvá-lo, mais todos preferiram matá-lo a se dispor a ajudar alguém que incomodava.