Perdão

Hoje começo meu dia pedindo perdão a todos e todas que de algum modo não percebi que ofendi ou feri sua confiança. Hoje é muito pouco para digitar palavras de desculpas, quando alguns deles já se foram desta cidade, País ou dessa existência. Peço perdão por todos que de modo consciente desapontei, colocando em cheque sua crença, hábitos de vida, comportamentos, opiniões e posicionamentos pessoais, profissionais e comerciais.

Peço perdão a todas as mulheres que por mim se apaixonaram perdidamente e depositaram sua fé, tempo e carinhos junto ao meu corpo em noites de lua cheia e em manhãs de primavera. Peço perdão por me aproveitar sarcasticamente da ingenuidade incólume das crianças, dos analfabetos, dos febris, enfermos e naturalmente dos desprovidos que em alguns casos só necessitavam de poucas palavras, gestos ou um simples olhar de aceitação.

Peço perdão ao meus inimigos conhecidos e também aos futuros que possa vir a ter, pois fui incapaz de convencê-los que poderia ser um amigo honesto, leal, menos competitivo, narcisista, orgulhoso e disposto a vencer utilizando-me de uma experência tão rídicula que não cabe explicar hoje. Peço perdão aos que conheci e não pude ou não quis ser amigo, movido por preconceitos da juventude tola, falsamente revolucionária, viril, incessante e forte.

Peço perdão a meu pai, pois nele está a minha imagem, minha raiz e sinceramente boa parte do meu caráter. Mãe perdoa seu filho que muitas vezes movido por paixões ilusórias evitou te ouvir, secar suas lágrimas ou mesmo oferecer-te o apoio que nunca me negou. Meu irmão me perdõe por todos os excessos violentos, palavras desnecessárias e pela falta de tolerância, paciência e de solidariedade com suas carências e constantes mudanças de humor.

Peço perdão a qualquer um que ler esse texto hoje ou no futuro e que se sentiu diferente ou nada além de uma simples curiosidade guiada pelo título e aqui terminou de concluir essa carta.

Josuel Tivilli