Carta escrita a um jornal

Ao Jornal ........

Leio tantas cartas publicadas no seu jornal que me animou bastante,

a ponto de escrever a minha tambem.

Acontece que eu sou aposentado do tipo bicicleta: se parar cai.

Então, moro sozinho em meu confotável conjugado que tambem,

serve de escritório,pois,sou autônomo e vizinho de duas malucas: Uma do lado esquerdo que fala. canta e berra sem nexo e outra do lado direito que faz o cachorro latir no corredor do predio,de propó-

sito, para incomodar os vizinhos.

Este ambiente desesperador me levou a fazer um poema que sem me preocupar com qualidade, estou remetendo-o a vocês e seria tão bom

que fosse publicado para depois eu recortar e afixar no elevador, para

conhecimento de todo o predio, de meu protesto:

AS MALUCAS

São as malucas que moram no oitavo andar.

Eu fico vendo tudo e nada ´posso reclamar.

Uma atiça o cachorro para fazer pirraça.

Está sempre de folga e não leva o cão na praça.

Outra canta alto sem versos e sem melodia,

Só para mostrar sua loucura, todo dia.

Meu Deus, onde é que eu vou morar?

No jornal só tem o que eu não posso pagar.

Esta é a vida neste meu Rio de Janeiro.

Todo mundo sem amor e sem dinheiro.

Foi ai que eu ajudei a eleger um Prefeito,

Esperando que no cachorro ele desse um jeito.

Mas,esqueci que a prioridade era só para ciclovia

Vou partir e não volto mais, chega de ironia,

Mas antes quero que meu protesto seja publicado,

E no elevador do predio seja afixado

Para os que ficarem com minha cruz

Não dizer que eu sai sem buscar uma luz.

CRPOETA

Cléo Ramos
Enviado por Cléo Ramos em 21/07/2010
Reeditado em 22/07/2010
Código do texto: T2391516