Garotinha...

Olhem para aquela garotinha sentada naquele banquinho...

Observem os seus tristes olhinhos...

Quanta melancolia em uma só pessoa...

Quanta angustia carrega em seu coraçãozinho...

Tenta proteger-se de um inimigo tão próximo e fugaz...

E a criança que ela tenta animar, quem será?

Ambas desabrigadas pelo amor materno...

Deixadas ao acaso, ou melhor, ao descaso daquela que deveria protegê-las...

Os vizinhos as observam com pena, mas nada fazem por elas...

Lá ficam elas, por horas, dias após dias, os anos estão passando e nada muda...

O olhar da garotinha que agora se torna uma mocinha, ganha mais tristeza e nos revela mais insegurança e um falsa alegria...

Anos foram deixados pra trás e tudo fica na mesma, as noites são tumultuadas e infernais, nada de sono reparador, muito menos sonhos infantis...

Gritos são abafados em lagrimas de decepção...

A mocinha não agüenta mais pedir socorro e não ser ouvida, o banquinho já é pequeno para ela, o sol tornou-se insuportável.

Em um dia de sol e muita luz ela resolve liberta-se das amarras diabólicas que tanto a fizeram sofrer.

Leva consigo, apenas uma pequena caixa com algumas pecinhas de roupa, além dos muitos planos para as próximas noites e dias de paz.

E assim, tenta deixar tudo de ruim para trás.

águia
Enviado por águia em 21/07/2010
Código do texto: T2390781
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