Garotinha...
Olhem para aquela garotinha sentada naquele banquinho...
Observem os seus tristes olhinhos...
Quanta melancolia em uma só pessoa...
Quanta angustia carrega em seu coraçãozinho...
Tenta proteger-se de um inimigo tão próximo e fugaz...
E a criança que ela tenta animar, quem será?
Ambas desabrigadas pelo amor materno...
Deixadas ao acaso, ou melhor, ao descaso daquela que deveria protegê-las...
Os vizinhos as observam com pena, mas nada fazem por elas...
Lá ficam elas, por horas, dias após dias, os anos estão passando e nada muda...
O olhar da garotinha que agora se torna uma mocinha, ganha mais tristeza e nos revela mais insegurança e um falsa alegria...
Anos foram deixados pra trás e tudo fica na mesma, as noites são tumultuadas e infernais, nada de sono reparador, muito menos sonhos infantis...
Gritos são abafados em lagrimas de decepção...
A mocinha não agüenta mais pedir socorro e não ser ouvida, o banquinho já é pequeno para ela, o sol tornou-se insuportável.
Em um dia de sol e muita luz ela resolve liberta-se das amarras diabólicas que tanto a fizeram sofrer.
Leva consigo, apenas uma pequena caixa com algumas pecinhas de roupa, além dos muitos planos para as próximas noites e dias de paz.
E assim, tenta deixar tudo de ruim para trás.