Carta ao Leitor XVIII (T864)
Como parece que procuramos sempre por algo perfeito, que possa preencher nosso vazio, aquele amor idealizado, que vai do romântico à loucura de querer a todo custo chegar nesta tão sonhada idealização.
É meu amigo leitor, não vou mentir, sou um deles, um desses românticos sonhadores, que busca em cada sonho uma aventura que se transforme no real, pois a idealização ela existe e ocupa lugar em nossos sonhos, mas não é por isso que devemos deixar de sonhar, de ouvir aquela música que nos lembra de um romantismo que sabemos talvez não existir, mas para mim é tão real, é tão necessário à minha vida, que se eu não puder ter isto num plano real é como se toda minha essência fosse dissipada, dando lugar ao vazio, e desse modo fosse impossível preenchê-lo, o amor é um desses motivos que me fazem girar, que me fazem não sentir este vazio, pois a cada dia o ideal nunca será o sonho, e o sonho nunca será aquilo que queremos, sei que é um absurdo o que escrevo, mas sei que hoje meu coração me diz que um sonho pode ser realizado, mesmo que numa distância, mesmo que numa diferença de raça, credo ou quem sabe outras diferenças mais.
Se sou louco, pode até estar pensando isso, caro leitor, mas a verdade que a loucura chega aos olhos dos outros, na busca de nossos sonhos nunca seremos loucos para nós mesmos, seremos sempre aquele que acredita e vai atrás, aquele que não deixa seu sonho cair no esquecimento, mas para transformá-los em reais temos que de vez em quando esquecermos que somos normais, pois ao amor sempre pertencerá um pouco da loucura, da loucura talvez de amar loucamente, de amar dentro do que sabe ser um verdadeiro amor, de saber quem realmente é parte sua, pois é esta parte que vai preencher o vazio dos sonhos, que vai te fazer suportar este caminho da vida, sem sonhos não somos nada, sem sonhos não vivemos a realidade.
Alexandre Brussolo (18/07/2010)